A D. Lurdes, artesã de cerâmica em Bragança, não falha uma Feira de Artesanato, até porque está próxima de casa. “Enquanto puder venho. Vão-se vendendo. Hoje já vendi algumas”, contou ontem primeiro dia deste certame que conta com 66 expositores de várias regiões do país. “Lembro-me das cantarinhas desde criança. Só faziam a Feira das Cantarinhas no dia 3 de maio. Antigamente compravam-se muitas para dar aos amigos e aos namorados. Quando se gostava de alguém oferecia-se uma cantarinha, que significava interesse nessa pessoa”, recordou D. Lurdes.
As cantarinhas tradicionais, feitas manualmente em barro, quer as da D. Lurdes, quer a de Pinela, só se encontram na Feira de Artesanato.
Na Feira das Cantarinhas, que se realiza entre amanhã e domingo, há mais gente a vender, mas são as industriais. Este certame pelas ruas da cidade de Bragança junta cerca de 400 comerciantes de vários ramos, desde o vestuário, até à venda do ‘renovo’ para replantar as hortas cm vegetais), bijuteria, marroquinaria e muitos outros artigos.
Regina Almeida, artesã de S. Pedro do Sul, há vários anos participa na Feira de Artesanato em Bragança, com a sua coleção de bonecos de pano. Este ano apostou em pequenos caretos de Podence. “Já que vinha para esta zona quis trazer um bocadinho da tradição”, contou.
Artesã vai para 20 anos e participante em feiras há 15, Regina Almeida confessa que não é uma vida fácil. “Tem compensado vir a Bragança, mais do que não seja pelo convívio e para conhecer a região. É difícil ser artesão porque as pessoas não dão valor a artesanato. Se o tempo que levamos a fazer as peças fosse contabilizado, bastava ser a um euro à hora, o preço disparava, mas a maioria das pessoas não valoriza”, explicou.
Os pequenos caretos de tecido levam três horas a confecionar. “Como estou na feira a trabalhar nem dou pelo passar do tempo”, contou.
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