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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Câmara de Mirandela "confiante" que património da serra de Santa Comba está protegido

 A presidente da Câmara de Mirandela, distrito de Bragança, disse hoje que o executivo “está confiante e seguro” de que o património cultural da serra de Santa Comba está protegido, local onde se pretende construir um parque eólico.


“Estamos confiantes e seguros de que o património cultural está protegido e salvaguardado pelos pareceres externos das entidades competentes”, vincou à Lusa Júlia Rodrigues.

A autarca socialista afirmou também que a atuação do município se “regeu pelo escrupuloso cumprimento dos pressupostos técnicos jurídicos e de circunstância face aos compromissos assumidos há 14 anos”.

A autarca reagia à notícia de hoje do JN que adianta poder estar comprometido o investimento privado de 30 milhões de euros para instalar seis aerogeradores na serra portuguesa - Serra de Santa Comba - com maior concentração de pinturas rupestres, em Mirandela, porque o Ministério Público (MP) instaurou uma ação administrativa com o município para impugnar o licenciamento concedido a um operador para edificação do parque eólico naquela serra.

Júlia Rodrigues acrescentou ainda “compreender a motivação das pessoas”, mas refere que se “exige rigor e compromisso com o interesse público, uma vez que o executivo foi mandatado em sufrágio”.

Na sua página na Internet, o MP justifica a ação com fundamento “na incompatibilidade com as regras de ocupação do local em vigor no Plano Diretor Municipal (PDM) concelhio, designadamente pelo facto do local integrar a Estrutura Ecológica Municipal, assim como pela existência, no local, de sítios arqueológicos de interesse público, em vias de classificação como bem cultural”.

O MP alega que a ação judicial “é assim centrada não apenas na defesa dos valores inerentes ao ordenamento do território, mas também dos recursos naturais e património cultural, com efeito suspensivo semelhante ao embargo, nos termos dos artigos 69.º e 103.º do RJUE”.

Em 02 de dezembro de 2022, o Ministério da Cultura garantia que o parque eólico previsto para a Serra de Santa Comba estava fora dos sítios classificados ou em vias de classificação dos abrigos com pinturas rupestres milenares.

A garantia da tutela foi divulgada à data pelo PCP e surgiu em resposta a uma pergunta do grupo parlamentar do partido, na Assembleia da República, a pedir esclarecimentos sobre os impactos do parque eólico na serra que se estende pelos concelhos de Mirandela (Bragança) e Valpaços (Vila Real).

As pinturas rupestres foram descobertas na década de 1990 e há 14 anos teve início o processo para a instalação de um parque eólico naquela serra transmontana.

Na resposta, o gabinete do ministro Pedro Adão Silva referia que “o projeto do parque eólico não abrange as áreas dos Abrigos Rupestres do Regato das Bouças, classificados como Imóvel de Interesse Público e respetiva Zona Especial de Proteção (ZEP), bem como o conjunto de Sítios Arqueológicos da Serra de Santa Comba (Serra de Passos), em vias de classificação”.

A tutela esclareceu que a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) de 2017 está em vigor e que “foram transpostas para este documento todas as medidas de minimização em relação ao património arqueológico para integrarem o Caderno de Encargos da Obra, salvaguardando-se deste modo a devida preservação e valorização do património arqueológico em causa”.

O relatório final sobre o projeto concluiu que a instalação do parque eólico” pode mesmo revelar-se uma hipótese única de proporcionar meios para o estudo deste valioso património arqueológico, sensível e em perigo de preservação”.

O Ministério salientava, no entanto, que ainda não tinha sido submetido por parte do promotor do parque eólico, “junto da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), qualquer pedido de autorização para a realização de trabalhos arqueológicos (PATA)”, impostos nas medidas de minimização ou de compensação previstas na DIA.

A construção do parque eólico na Serra de Santa Comba tem gerado protestos de um movimento (Pela Serra dos Passos sem Ventoinhas) nas redes sociais e de vários quadrantes políticos.

FYP (HFI)// JAP
Lusa/Fim

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