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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 3 de maio de 2023

SER IMPORTANTE

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Ao folhear: " A Conquista da Felicidade", de Bertrand Russel, deparei com trecho que considero curioso, e digno de ser bem pensado:
“ (...) Embora o dinheiro por si mesmo não seja suficiente para tornar as pessoas importantes, é difícil ser-se importante sem dinheiro. Além disso mede-se a inteligência pelo dinheiro que se ganha. Um homem que ganha um dinheirão é um homem inteligente; um homem que não ganha tanto, não é."
A propósito vou contar-vos interessante episodio ocorrido com senhora, mãe de amigo meu, já falecido:
Certa ocasião, a mãe – professora do secundário, – precisava de consultar um cardiologista, mas não conhecia nenhum de confiança.
Dialogando com colegas sobre o assunto, recomendaram-lhe um, afirmando ser muito competente.
A senhora, ficou radiante, mas logo indagou: " Qual é a marca do carro do médico?"
Disseram-lhe que era viatura utilitária, já antiga.
Respondeu tristemente a senhora, desiludida:
-" Não deve ser grande cardiologista para ter um carro tão antigo!..."
Este caso verídico, foi-me contado pelo filho da senhora doutora.
Como ela, quantas vezes não se avalia a inteligência, a capacidade e a cultura, pelo dinheiro que possuem ou os bens que têm?!
Senhora brasileira, residente em São Paulo, ao conhecer que minha filha era catequista, e semanalmente dava aulas na paróquia aos pequerruchos, perguntou-me: " Quanto ganha?" É que tenho uma moça que podia também ganhar alguma coisa."
Desiludia, ao afirmar – que nada usufruía. Acrescentei, para estupefação sua, que ainda gastava muito com prendinhas aos miúdos.
Há, também, quem pense que os articulistas e os escritores que colaboram na grande imprensa – a não ser os consagrados, – recebem pelo trabalho. Desenganem-se quem assim julga. Alguns, para verem o nome em letra de forma, têm até que mendigarem...
Mas se soubessem disso, os leitores diriam: “E nós que pensávamos que era inteligente e ganhava muito com os escritos!…"
Gente há que tudo mede pela quantidade de dinheiro que se recebe, porque avaliar doutro modo, requer inteligência e reconhecer que comunicar, muitas vezes, é uma necessidade imperiosa, e não mero lucro.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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