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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Santa Casa da Misericórdia assinalou 505 anos com homenagem aos colaboradores mais antigos e ao provedor da instituição

 Foi com uma sessão solene no Teatro Municipal de Bragança que a Santa Casa da Misericórdia assinalou os seus 505 anos, na noite do passado dia 05 de julho, em que homenageou os colaboradores mais antigos na instituição e em que o provedor, Eleutério Alves, foi surpreendido por uma homenagem dos funcionários.


Na ocasião, o responsável máximo pela Santa Casa de Bragança alertou para o perigo que as instituições de solidariedade social correm atualmente devido aos custos crescentes e a falta de um apoio correspondente por parte do Estado.

“A Santa Casa da Misericórdia de Bragança é a maior entidade empregadora privada ao nível de quadro de pessoal, não com colaboradores sazonais.

Entre aquilo que compramos no mercado local e as remunerações que pagamos anualmente aos trabalhadores, injetamos mais de 7,5 milhões por ano na economia da região.

Os tempos são difíceis, é necessário mais apoio de todos, do poder central ao poder local. Hoje a solidariedade tem de assentar nesses três pilares. São as instituições, é o poder local e o poder central. Uns sem os outros não conseguem ir a lado nenhum.

É evidente que a maior responsabilidade é do poder central. Contratualiza com as instituições a prestação de serviços e depois paga apenas um terço do custo do serviço”, frisou.

“Dou o exemplo dos idosos. Cada um custa, hoje em dia, cerca de 1300 euros por mês em qualquer instituição mas o Estado comparticipa com 495.

Ora, as famílias têm cada vez menos capacidade de fazer esforço financeiro para pagar o resto.

As Misericórdias e as IPSS são entidades sem fins lucrativos e que existem para prestar cuidados aos que não podem pagar. Se o Governo obriga a pagar aqueles que não podem, alguma coisa não está bem”, disse o provedor.

Também vice-presidente da Confederação Nacional das IPSS (CNIS), Eleutério Alves tem estado envolvido nas negociações com o Governo para o aumento das comparticipações estatais.

“Todos os anos tem havido um aumento. É evidente que tem sido um aumento quase simbólico, de tão pequeno. Ainda não há acordo de cooperação para este ano mas vamos esperar que o Governo seja mais generoso este ano.

O setor solidário, tal como está, perdeu sustentabilidade. Foi assinado um pacto de cooperação com o Governo, em que se comprometia, durante este mandato, a chegar aos 50 por cento de comparticipação, mas ainda está nos 35 por cento. A continuar assim, o pacto não é cumprido.

O setor social solidário está a passar um mau momento. Um pouco por todo o país já há equipamentos a fechar. Há instituições, por elas próprias, a dissolver-se e a situação é complicada.

No distrito de Bragança ainda não tenho conhecimento de nenhuma situação dessas mas a maior parte das IPSS estão com contas negativas e isso mostra como é, hoje, difícil o equilíbrio financeiro das instituições.

Hoje a comparticipação média familiar andará na casa dos 400 euros. Com os 500 do Estado são 900. Para 1300 ainda faltam 400. E as famílias não podem chegar a esse ponto”, explicou.

Também o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, revelou que, “ao longo dos últimos dez anos”, o município apoiou a instituição com cerca de 800 mil euros mas promete manter a parceria. “O município tem vindo a apoiar a santa casa da misericórdia de Bragança e não deixaremos perder esses créditos até porque, ao longo do tempo, assim temos feito, com verbas financeiras muito significativas. É isso que conta naquilo que tem a ver com o relacionamento que existe entre as várias instituições”, disse o autarca.

Já D. Nuno Almeida, novo bispo de Bragança-Miranda, lembrou “o Salmo 133 é conhecido como o salmo da fraternidade que, enquanto nos fala da beleza da fraternidade do sangue, nos anuncia uma fraternidade diferente do espírito”. “Na fraternidade não se empresta com juros, nem sequer à taxa da inflação para recuperar os gastos. Aos irmãos dá-se e basta: emprestar é um bom verbo dos negócios, mas não é um verbo da fraternidade – “aqui está o dinheiro que precisas; devolve-mo quando e se puderes””, disse o prelado, que concluiu a sua intervenção com as palavras de S. Francisco de Assis: “É Deus que nos dá irmãos e irmãs!” Assim tem sido durante cinco séculos. Assim é aqui e agora e como isto é bom! Que continue a ser assim!”.

AGR

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