Para preparar os empresários para esta mudança, vão decorrer sessões das Jornadas da Sustentabilidade por todo o distrito. Ontem, aconteceu a primeira em Alfândega da Fé. Mário Borges, da empresa de consultoria MB-UP, explica que o objectivo é facilitar as empresas a entrar no caminho da sustentabilidade. “A partir de 2027, a geração é bem clara e todas as pequenas e médias empresas vão ser obrigadas a fazer o seu relato não financeiro ou relato de sustentabilidade e elas têm que estar preparadas. O nosso grande objectivo é simplificar e ajudar as pequenas e médias empresas para não se torne uma burocracia, para que elas consigam apanhar o comboio da sustentabilidade e estar aptas para este comboio”.
Para isso as empresas têm que conhecer o seu contexto organizacional e fazer um plano estratégico, que pode incidir em diferentes vertentes. “O que vai acontecer é que algumas empresas vão ter que trabalhar mais a parte social no sentido de integrar imigrantes por causa da falta de mão-de-obra. Vai haver um contexto organizacional em que as empresas vão trabalhar a parte mais ambiental porque os seus processos ainda não estão sustentavelmente ambientais para fazer face aos dados da descarbonização e da introdução das energias renováveis. Outras empresas terão que trabalhar os dados a nível da economia”.
A GS Auto, empresa de manutenção automóvel em Mirandela, já tem vindo aplicar práticas de sustentabilidade ambiental. Gisela Santos salienta que é uma mais-valia para o negócio e que todas as empresas deveriam também fazer esta mudança. “É preciso colocar na nossa mente que tudo que tenha a ver com a sustentabilidade, além de ser rentável para a própria empresa, estamos a melhorar aquilo que se fala cada vez mais, em relação à descarbonização. Todos temos que aplicar métodos sustentáveis e fazer alterações em qualquer empresa, para conseguirmos melhorar e aplicar técnicas novas, de sustentabilidade”.
Além da sustentabilidade ambiental, há ainda a sustentabilidade económica da empresa. A secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, presente em Alfândega da Fé, adiantou que na região há um aumento do número de pequenas e médias empresas e de oferta de trabalho. No entanto, Isabel Ferreira reconhece que são precisas mais pessoas qualificadas. “Estas pessoas qualificadas ajudam naturalmente as empresas a desenvolver estratégias mais competitivas, voltadas também para o mercado internacional, que tragam inovação aos sectores de actividade mais tradicionais. Esse é um caminho muito importante e por isso precisamos sempre de ter massa crítica e mão-de-obra para realizar essas actividades”.
As Jornadas da Sustentabilidade começaram ontem em Alfândega da Fé. Vão acontecer ainda em Vinhais, Mogadouro e Vila Flor. Uma iniciativa do NERBA - Associação Empresarial do Distrito de Bragança e da empresa de consultoria MB-UP.
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