O povoado está implantado no Planalto Mirandês, num esporão com largo sistema de vistas sobre as encostas rochosas do Douro internacional, em local de grande complexidade geológica, apresentando favoráveis condições naturais de defesa, lê-se na portaria, que acrescenta que, embora parcialmente destruído por séculos de atividade agrícola no local, este povoado conserva ainda diversas estruturas de expressiva monumentalidade.
Datada de 06 de outubro e assinada pela secretária de Estado da Cultura, Isabel Rodrigues, a portaria impede a construção de estruturas não reversíveis a não ser que de destinem à valorização e salvaguarda do sítio, “promovidas pela administração pública ou por entidades que com ela estabeleçam vínculos e prossigam as mesmas finalidades”.
É também criada uma área de sensibilização arqueológica (ASA), “em que não devem realizar-se movimentações de terras sem autorização do órgão competente da administração do património cultural, que determinará as condicionantes arqueológicas a aplicar”.
Na opinião do arqueólogo do município de Mogadouro Emanuel Campos, com esta classificação, este sítio conhecido localmente como castelo dos mouros deixa de ter apenas o interesse local para passar a ser conhecido a nível nacional.
À Lusa, o arqueólogo avançou que o interesse histórico em relação a este local é relevante, por se tratar de um povoado que está na origem desta aldeia e também de outras localidades do sul do Planalto Mirandês.
“Todos os dados arqueológicos apontam para uma ocupação deste povoado para 800 anos a.C., havendo uma reconstrução da muralha defensiva por volta de 250 anos a.C., prolongando-se até ao século XX”, indicou.
Na opinião do arqueólogo, esta fortificação tinha como objetivo defender uma comunidade rural que existiu junto a Vilarinho dos Galegos, e também como ponto estratégico para a defesa da via navegável do Douro, na Idade do Ferro.
Numa primeira fase da intervenção no Castelo dos Mouros foram realizadas escavações arqueológicas e feita a consolidação de um pano de muralhas viradas a sul que suporta esta fortificação castreja, que fica sobranceira ao Douro Internacional e cujos trabalhos tiveram início em 2011.
Em fases posteriores da intervenção foi possível aos arqueólogos e outros investigadores desfazer um conjunto de dúvidas exigentes em relação às funções da primitiva fortificação.
Este espaço está na confluência das grandes rotas pedestres do Douro Internacional, como é o caso da GR-36, que fica dentro do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI).
Após a realização de obras de consolidação e arranjos da área envolvente, no valor de 342 mil euros, o povoado fortificado Vilarinho dos Galegos abriu em abril para visitas.
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