Já estão praticamente concluídas as obras de requalificação da antiga estação da CP de Mirandela, um imóvel emblemático que tinha vindo a degradar-se, desde a desativação da linha do Tua, na década de 1990.
A emblemática estação, construída em 1887, foi uma referência no transporte de mercadorias e passageiros, mas, em 1991, a CP encerrou o troço ferroviário entre Mirandela e Bragança e, desde então, o edifício, em pleno centro da cidade, ficou votado ao abandono sem qualquer tipo de requalificação.
Em setembro de 2019, foi estabelecido um acordo que permitiu a reabilitação do edifício. A câmara e a Infraestruturas de Portugal celebraram um contrato de comodato que garante o usufruto de edifícios e terrenos ao município por um período de 50 anos com o compromisso de realizar obras.
Depois de o primeiro concurso ter ficado sem propostas de concorrentes, em 2020, no ano seguinte, no segundo procedimento concursal, o Município adjudicou a obra de requalificação no valor de 2,5 milhões de euros, inserida no PEDU - Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano - financiado em 85 por cento por fundos comunitários.
O executivo da câmara liderado pela socialista Júlia Rodrigues deu a conhecer, esta manhã, aos jornalistas, o resultado da requalificação da obra, numa visita guiada pelo arquiteto Nuno Sousa, responsável pelo projeto com o apoio de vários técnicos da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana e do próprio Município mirandelense. “O objetivo principal era manter a memória do edifício, as intervenções face às novas funcionalidades de espaço museológico e de conciliar a mobilidade da linha do Tua, e obrigou-nos a estudar soluções arquitectónicas minimalistas para não interferir naquilo que é a história do edifício, mas dotá-lo de condições para tal”, diz Nuno Sousa.
A ideia foi reabilitar o edifício “e transformá-lo numa casa de artes e cultura, no piso superior. Porque queremos ter uma memória sobre a ferrovia, que foi tão importante para o concelho”, adianta a autarca, revelando ainda que está reservado um espaço para promover a marca “Alheira de Mirandela”, que também “está ligado às memórias do comboio”, acrescenta Júlia Rodrigues.
A abertura oficial está agendada para o início de 2024 e terá mesmo uma exposição dedicada a todo o processo de requalificação do edifício.
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