O presidente do IPB diz que o Governo continua a financiar muito mais os alunos do Litoral do que do Interior, com a proposta, que apresentou, que pretende ajustar o valor da bolsa ao custo de vida no concelho em que o aluno irá estudar.
Orlando Rodrigues considera que esta proposta vai acentuar ainda mais a desigualdade territorial e que o IPB pode perder alunos para outras instituições. “À partida isso coloca-nos em reservas bastante grandes, porque significa que continuaremos a financiar muito mais os alunos do Litoral do que os do Interior, o que já acontece. Repare que, já no estado atual, o financiamento que um aluno de engenharia, por exemplo, tem no Porto, é muitíssimo superior ao financiamento por aluno aqui em Bragança. Isto acentuará ainda mais esse esforço. Temos aí algumas reservas à partida relativamente a esse tipo de metodologias”.
A proposta do ministério da Educação para o novo sistema de Ação Social no Ensino Superior foi conhecida no início do mês de dezembro, mas o presidente do IPB, diz que nem ele nem o Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos têm ainda uma posição sobre este assunto. “Confesso que estamos ainda a amadurecer os documentos que o ministro nos entregou. O ministro fez, de facto, uma apresentação da reforma do sistema de ação social e entregou-nos alguns documentos preliminares. Nem eu, nem o CCISP temos ainda posição definitiva sobre esse tema, porque estamos a analisar.”
Uma das principais alterações na atribuição e valor da bolsa é que o custo real de vida passa a ser estimado para cada concelho onde exista oferta de Ensino Superior, incluindo despesas com propina, alimentação, transporte e alojamento. Isto quer dizer que, os estudantes que sejam deslocados terão majoração. Depois, o valor é calculado de forma progressiva em função do rendimento do agregado familiar e das despesas.
Será ainda criado um complemento de incentivo para alunos carenciados. Trata-se de um valor fixo e único de 1045 euros concedido a beneficiários do escalão A da Ação Social Escolar no Ensino Secundário. Este valor será atribuído de forma automática para os estudantes que entrem pela primeira vez na universidade. A medida terá o custo estimado de cinco milhões de euros.

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