Trata-se, de acordo com um nota enviada à Lusa pela autarquia, da empresa Amêndoas de Portugal Mateos, SA, pertencente ao grupo espanhol Almendras Francisco Morales, SA, que opera neste mercado há quase um século.
A unidade agroindustrial será inaugurada no domingo, na zona industrial de Alfândega da Fé, e envolveu um investimento de "mais de meio milhão de euros, que já permitiu a criação de quatro postos de trabalho, prevendo-se que possa via a ultrapassar os dez", segundo ainda informação do município transmontano.
São números que num concelho do Interior do país "ganham especial expressão" e que para a Câmara Municipal "se assumem como um incentivo para continuar o caminho de captação de investimento e aposta na agricultura, uma das prioridades" da autarca Berta Nunes.
O Grupo Alemendras Morales, um dos maiores de Espanha ligado ao sector dos frutos secos, já há mais de duas décadas que comprava amêndoa na região, fazendo parte da estratégia expansionista da empresa a criação de um uma unidade de recolha e britagem em Portugal.
A instalação em Alfândega da Fé deve-se, de acordo com a autarquia, "à centralidade do concelho em relação às zonas de produção de amêndoa do distrito de bragança, potenciada com a construção do IC5, e também às condições e disponibilidade oferecidas" pelo município.
A Amêndoas de Portugal Mateos, SA, está instalada num pavilhão na zona industrial de Alfândega da Fé construído, inicialmente, para acolher uma empresa ligada às energias renováveis cuja atividade acabou por não ter sucesso no concelho.
O grupo espanhol comprou o pavilhão à Câmara Municipal, por cerca de 370 mil euros e equipou-o de modo a criar o centro de recolha e tratamento da amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro, informou a autarquia.
Alfândega da Fé já tinha uma unidade que trabalhava no setor e a instalação desta nova unidade é encarada como capaz de "dinamizar ainda mais o setor e valorizar o produto, traduzindo-se num aumento de rendimento para os produtores".
O município tem vindo apoiar projetos para a valorização e dinamização do sector dos frutos secos, nomeadamente no campo da amêndoa, como a instalação de campos de ensaio do amendoal e a criação de uma organização de produtores, em parceria com instituições académicas.
No Nordeste Transmontano, sobretudo nas zonas da Terra Quente e do Douro Superior, mais para o sul do distrito de Bragança, concentra-se a maior parte do amendoal português, 16 mil dos cerca de 24 mil hectares, e daqui sai 67 por cento da produção nacional de amêndoa.
O volume de negócios gerado por este fruto seco em Trás-os-Montes ronda os oito mil euros por ano resultado de uma produção de cerca de duas mil toneladas, enquanto a vizinha Espanha, líder europeia na produção, colhe cerca de 220 mil toneladas por ano.
HFI // JGJ
Lusa/fim
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