Ana Maceda lançou o primeiro álbum, dedicado inteiramente ao fado, com versões de fados emblemáticos e um original da artista.
O trabalho intitula-se “Saudade” e foi apresentado na terra natal, Macedo de Cavaleiros, mas a fadista espera ter oportunidade de o apresentar junto das comunidades portuguesas no estrangeiro. O gosto pelo fado começou em pequena. Foi através de familiares que Ana Maceda tomou contacto com o género musical, ouvindo Amália Rodrigues.
Depois de ter participado na Grande Gala do Fado do Porto por duas vezes, a fadista, de 34 anos, aventurou-se na edição de um disco, por ser um sonho antigo e incentivada pelos pedidos repetidos, para que houvesse um registo físico do que cantava.“Essa necessidade veio de eu já ter sido contactada por várias associações de portugueses no estrangeiro, e acho que as pessoas só quando vêm algo palpável é que olham para nós, se calhar de outra forma”, entende a fadista.
O álbum de estreia conta com 12 faixas, entre elas uma versão do fado “magala” com um poema da autoria de Ana Maceda, intitulado Saudade, tema que dá nome ao disco. “Chama-se saudade para prestar homenagem aos nossos emigrantes e para prestigiar todos os portugueses, porque só na nossa língua é que existe a palavra”, explica Ana Macedo.
Para além de fados da Amália, o primeiro disco da artista macedense inclui músicas de Kátia Guerreiro, Carminho, Maria da Fé e ainda Anita Guerreiro, com quem já partilhou várias vezes o palco.
As músicas são principalmente representativas de sonoridades mais tradicionais, dentro do fado, mas a artista, que não se considera profissional, saúda a nova geração de fadistas, e o papel que tem desempenhado na transmissão deste tipo de música aos mais novos. “O que não acontecia quando eu cresci”, explica.
A própria Ana Maceda não exclui a hipótese de também ela enveredar pelo caminho do “novo fado”.
Com licenciatura em Professores do 1º ciclo, mas sem nunca ter sido colocada, Ana Maceda admite que gostaria de ter uma carreira profissional dedicada exclusivamente ao fado, no entanto considera que a interioridade pode dificultar esse objectivo.
Escrito por Brigantia
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(Henrique Martins)
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