Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, disse que com esta celebração pretende “revitalizar as tradição e uso dos pendões que, não há muito tempo, existiam e eram orgulhosamente ostentados em todas as aldeias da Terra de Miranda, mas que, no presente, tem vindo a perder visibilidade”, apesar de traduzirem um dos traços identitários históricos mais vincados do Planalto Mirandês.
"Queremos recuperar a tradição do uso dos pendões em cerimónias civis e religiosas no Planalto Mirandês", enfatizou.
Na iniciativa marcarão presença representações de todas as aldeias do concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, bem como das regiões espanholas de Aliste, Sayago e Leão.
Segundo investigador Alcides Meirinhos, os pendões existentes nos povoados de todo o território do antigo Reino de Leão, do qual a Terra de Miranda era parte integrante, tiveram a sua origem nos pendões militares medievais que guiaram a reconquista cristã da Península Ibérica.
Ao perderem a sua função bélica, foram recuperados pela Igreja e integrados nos rituais religiosos, assim chegando aos nossos dias.
"Os pendões ainda são usados em algumas aldeias e atos religiosos do concelho, apontando como exemplo a romaria do São das Arribas em Aldeia Nova", destacou.
Para o estudioso, os pendões são o símbolo mais antigo das Terras de Miranda, ao par do seu próprio idioma, o mirandês.
"Os pendões acompanham a história da região muito antes dos tempos da reconquista", frisou.
De cores onde predominam o vermelho carmesim (cor identitária do reino de Leão) e ainda o verde, o branco, azul, amarelo e creme, os pendões chegam a atingir proporções majestáticas, com hastes que podem atingir 13 metros de altura e dimensões de pano a condizer.
A iniciativa está inserida nas comemorações do Dia da Cidade de Miranda do Douro, que este ano assinala 470 sobre a sua elevação.Agência Lusa
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