CEDÃES é uma freguesia que dista cerca de 8 km de Mirandela, estando a igual distância da margem esquerda do rio Tua. Situa se a Este da Sede de concelho, num vale formado por uma ribeira que tem o mesmo nome, e que vem da Serra de Borres desaguar na Ribeira de Carvalhais. Pertenceu à Ordem de Cristo, sendo Curato da apresentação do reitor de Mirandela e cabeça de Comenda dessa ordem, da Casa do Conde de Arcos. O orago é Santo Ildefonso.
Estão-lhe anexas as então freguesias de Vale de Lobo e Vila Verdinho. Foi sempre do termo de Mirandela. Em 1950 atingiu 908 habitantes. E na década seguinte havia lá 2 mercearias, 2 professoras e 5 proprietários de algum vulto. Porém, em 1991 só ali residiam 599 e, em 2001 ficava se pelas 455 pessoas, sendo 236 do sexo masculino. A sua população sempre se dedicou à agricultura e à pecuária, actividades que ainda hoje praticamente únicas e dão para o sustento local. É frequente verem se noras, mas há também alguns carros de bois que ainda circulam e cumprem a sua missão.
As produções principais são: produtos hortícolas variados, algum azeite e vinho, e diversa fruta e cereais. As casas têm ainda largos portões agrícolas, escadas exteriores normalmente em xisto e algum granito. A Igreja Matriz, imponente, de frontaria em cantaria e torre sineira central, tem uma clarabóia para a sacristia, encimada por um elegante e trabalhado protector (mini torre), também de granito. O seu interior tem riquíssima talha dourada nos altares. A Capela de N.ª Sr.ª de Fátima, ou a da Sr.ª da Piedade, um Pombal da povoação, a Ponte da Ribeira, a Escola primária são outros aspectos de destaque. O cemitério fica na encosta oposta, do outro lado do vale e para nascente, num monte mais elevado. Como lugares de encontro, têm o Largo da Rua da Fraga, ou a Rua Direita, ou ainda o café e as tabernas. É na estrada que liga Mirandela a Bornes que a juventude gosta de passear nos domingos. Cedães é formada por vários bairros que se aproximam dessa estrada, e em ritmo de crescimento como o Bairro do Porto, ou o do Cancelas ou ainda o da Lousa.
Vale de Lobo e Vila Verdinho são suas anexas. Ambas se ficam por algumas dezenas de casas rurais. Contudo há diferenças que têm a ver com a sua situação.
Vale de Lobo tem crescido para junto da estrada nacional para Bragança, onde até há um café, deixando a povoação do outro lado do ribeiro, na sua antiguidade e até tendência a despovoar se. O orago era S. Gonçalo quando foi suprimida a Paróquia na 1.ª metade do século XIX, passando depois à de Mirandela e mais tarde à de Cedães. O povoamento de Vale de Lobo dá se sobre o Senhorio de D. Nuno Martins "de Chacim", mas o topónimo é anterior. É uma aldeia pequena mas aconchegada e interessante, com o Largo da Fonte de mergulho a ser o centro cívico local, e à volta dele crescera o povoado. Tem um lagar de azeite comunitário ao lado, paredes meias com a casa do Padre Bom, recuperada e transformada em Museu tipicamente transmontano com uma cozinha tradicional peculiar. Naquela povoação há ainda um moinho de água que podia ser recuperado pois possui todas as estruturas de quando funcionava.
Vila Verdinho, encaixada no meio da montanha, tendo por companhia as fragas e as enormes manchas de sobreiros, aglomera se mais, protegendo se uns aos outros. Não deixa, contudo, de ser típica e bem rural, com as casas a condizer, protegendo a boa relação meio ambiente.
Chamada também "aldeia melhorada transmontana", tem uma sinuosa e íngreme estrada de acesso por entre matas de sobreiros, campos de vinhas e olivais, a partir do cruzamento que deixa a estrada Mirandela/Bragança e onde estão os casarios da Quinta dos Meneres Pimentel.
No povoado todas as construções estão bem arranjadinhas com cuidado e gosto, não são muito grandes e estão bem enquadradas na natureza montanhosa e florestal envolvente.
Parece uma aldeia construída em maquete para um museu vivo de Trás os-Montes.
In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,
coordenado por Barroso da Fonte.
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