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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A inumação nas igrejas do Distrito de Bragança em 1910

Mais uma nota que cai no campo das “mentalidades” e que tem a ver com o universo de crenças arreigadas que mergulham no campo da religiosidade, para referir a persistência de práticas ancestrais e rituais litúrgicos atávicos em algumas aldeias do Concelho de Bragança e do Distrito. 


É o que se conclui quando deparamos com costumes vivazes que resistiram às determinações legais dos poderes civil e religioso. Nos finais do século XIX
ainda se continuavam a praticar enterramentos nas igrejas. Quando toma posse o bispo José Alves de Mariz, “continuava o péssimo costume” em muitas povoações. Era tal o vigor da “costumeira enquistada” que, mesmo depois de construídos os cemitérios, “se exumavam os cadáveres… para os soterrar nas igrejas”. Apesar da guerra que o prelado vai travar contra tais práticas, elas ainda se mantinham em 1911. Usos e costumes como estes, considerados obscurantistas e tidos como perigosos para as comunidades, deviam ser erradicados.
O Jornal de Bragança de 6 de fevereiro de 1911 – que revela manifestas preocupações com a saúde pública –, no artigo “Cemitério”, alerta para os perigos desta prática. “A inumação nas igrejas é indispensável bani-la de vez; apagar esta nódoa sanitária que a civilização condena e cuja persistência nem a religião pode aplaudir.”
Implantada a República, ainda se sente a necessidade de doutrinar, na imprensa brigantina, sobre os graves inconvenientes resultantes da inobservância das disposições que impunham o enterramento nos cemitérios públicos. As considerações do articulista vão mais longe: chega a teorizar e a defender, com argumentos científicos, as virtudes da incineração, contrariando, assim, a doutrina da Igreja Católica.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

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