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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Gorazes: uma feira de fim de colheitas para animar as gentes e a economia de Mogadouro

Desde sexta-feira e até amanhã, Mogadouro está de portas abertas àquele que se afirma na região como o certame do fim de verão e das colheitas. Falamos da Feira dos Gorazes, um evento ancestral, que se centra no sector primário e onde se tem apostado na mostra e valorização das raças autóctones para relembrar como era a feira antigamente.
Neste espaço de encontros, as gentes do concelho, que por lá passam, aplaudem a iniciativa por trazer várias pessoas de outros pontos a estas terras e recordam o que a feira foi nos tempos em que havia a venda de animais. "Aqui aos Gorazes vinha quando era novo, pequenino, com os meus pais, a cavalo numa burriquinha. Ainda me recordo de a feira de ser noutro local e com animais", disse Abílio Alves de São Martinho do Peso. "É importante para o concelho, só nos falta uma coisa que gostávamos de ver: cavalos, burros, vacas e bois, como era antigamente, só que, hoje, não existe quase nada disso", contou António Afonso de Bruçó. Para Rogério Gonçalves, de Remondes, também falta "o antigamente" e os "animais". Já Virgílio Afonso, também de Bruçó, diz que "faz falta a marrã as tasquinhas do polvo" e "o antigo".

Além das gentes da terra, a feira tem atraído pessoas de vários pontos do país que sublinham a diferença do certame. "Nós somos do Porto mas gostamos muito de Trás-os-Montes e viemos especialmente para conhecer a feira porque achámos muito interessante o nome e fez-nos interrogar o que é isso. Foi essa a intenção e ao mesmo tempo ver os sinais de desenvolvimento da terra expressos aqui. Gostei muito, pela variedade e não é uma repetição", explicou João Dias que veio, com a mulher, Ana Dias, da cidade do Porto. Para a mulher "há uma grande variedade de produtos além dos comes e bebes".

Centena e meia de expositores estão este ano a fazer a Feira dos Gorazes. Uns do concelho, outros de fora dele, todos procuram fazer negócio e promover os seus produtos. "É um projecto de um empresa de turismo e é para mostrar às pessoas que nos visitam como se fazem os produtos da terra: o pão, o mel, o azeite, a farinha, os económicos, as rosquilhas, o feijão e o figo seco", explicou André Marques. Já para Alice Castro, que para o certame levou "o mel, o pólen, os favos, as cascas, a amêndoa, enfim, tudo que a gente "fabrica" na terra, a feira "tem evoluído bem, vem mais gente, sobretudo mais espanhóis". "Esta é uma feira que nos identifica e identifica o concelho, vem muita gente visitar-nos", afirmou Dário Mendes. "Terras de Mogadouro é o nome do nosso vinho. Mogadouro não produzia vinho, foi uma ideia nossa em acreditar na região e tem-se vendido", contou Cristiano Pires.

Segundo o presidente da câmara de Mogadouro tem-se apostado na mostra de espécies concelhias que desperta a nostalgia dos que ainda se lembram da feira de outros tempos. Francisco Guimarães sublinha ainda o retorno que a feira traz ao concelho e à região. "Tentamos manter a tradição, estamos a falar no quarto ano consecutivo em que se tenta reactivar aquilo que eram as feiras e o mercado, a tradição. Quando falamos disto, falamos das raças autóctones, falta-nos a feira dos burrros, aqueles eventos importantes que faziam antigamente que era a troca de mercado, mas isso a seu tempo. Traz um grande retorno, a economia não só cresce em Mogadouro mas depois temos também a região porque Mogadouro não tem resposta para toda esta gente que nos visita".

O certame, que fecha portas amanhã, com a componente gastronómica bem vincada, com destaque para a posta de vitela assada na brasa e para a marrã, também se fez de música, de mostra de raças concelhias e de actividades lúdicas e culturais, como a montaria ao javali ou o concurso de cão de gado transmontano.

Escrito por Brigantia
Carina Alves

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