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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 13 de outubro de 2018

Quartos para estudantes geram novos negócios em Bragança

O crescimento do número de estudantes no Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está a gerar novos negócios numa cidade onde há muita casa vazia em paralelo com dificuldades no arrendamento.
A constatação é feita pelo presidente do instituto, Orlando Rodrigues, que falou à Lusa das novas empresas criadas no seio do próprio politécnico que angariam quartos para arrendar e prestam serviços a estudantes, sobretudo estrangeiros, que são quase um terço dos cerca de oito mil alunos.

“A nossa cidade [Bragança] tem muito alojamento, há muita casa vazia, o alojamento é barato comparado com o resto do país, mas o alojamento a estudantes tem algumas especificidades: as pessoas ou já estão no mercado e têm tudo preparado e estão habituados a passar recibo, etc, ou hesitam muito em pôr as casas no mercado porque têm medo dos estragos, do ruído, das questões fiscais em volta disso”, observou o presidente do IPB.

Têm, contudo, aparecido projetos inovadores que têm feito a mediação entre os proprietários e os alunos, como duas empresas criadas por ex-alunos.

“São empresas que alugam apartamentos aos proprietários e depois na figura jurídica do alojamento local disponibilizam por curtos períodos aos estudantes e fazem a intermediação entre os proprietários e os estudantes, ou seja, mesmo que sejam os proprietários a arrendar e a tratar de todas as coisas, o que eles fazem é ir buscar os alunos ao aeroporto, mobilar os apartamentos com alguma mobília básica e padronizado de modo a que os preços sejam sempre os mesmos”, contou.

A mais antiga dessas empresas tem uma carteira com cerca de 80 casas o que equivale a algumas centenas de quartos. O responsável não respondeu ao pedido de entrevista da Lusa.

A mais recente foi criada já neste ano letivo por Óscar Monteiro, um ex-aluno cabo-verdiano que arranca com cerca de 30 quartos para apoiar essencialmente os estudantes africanos.

Óscar decidiu ficar em Bragança depois de concluir a licenciatura e laçar o próprio negócio com o apoio do politécnico.

O propósito é facilitar a vida aos cerca de “250 a 350” estudantes africanos que todos os anos chegam a Bragança para estudar. Enquanto os portugueses chegam nos primeiros dias de setembro, os africanos só conseguem em outubro ou novembro por causa dos vistos, como indicou. A empresa irá assegurar que quando chegarem têm quarto para se instalar e sem a especulação imobiliária, prometeu.

“As imobiliárias, às vezes, pedem três meses de caução, pedem fiadores e os pais não podem ser porque não têm número de contribuinte português”, afirmou.

Óscar vincou que quando os estudantes africanos “construíram a “estrada” para Bragança era no sentido de ter o custo de vida mais baixo de Portugal e se os preços começarem a aumentar mais vale ir para as grandes cidades”.

“O interior é atrativo, se o custo de vida for baixo”, reiterou, apontando que atualmente é possível encontrar quartos em Bragança por “120 a 140 euros”. Há dois anos o preço era de 100 euros.

A especulação nos preços ocorre, sobretudo no início do ano letivo e tem tendência a estabilizar poucos meses depois, como constatou também o presidente da Associação Académica, Ricardo Cordeiro.

Ninguém sabe quantos alunos do IPB estão alojados em quartos. Apenas dão como certo que “é a maior parte”.

Apesar de haver dificuldades, o presidente da associação académica garantiu que “ninguém fica sem quarto”.

“As pessoas estavam habituadas a chegar e a encontrar quarto facilmente, hoje em dia têm de procurar mais longe”.

Ainda há, porém, que não tenha dificuldade, como foi o caso de Miguel Sousa que conseguiu arranjar quarto exatamente no dia em que chegou de Viana do Castela a Bragança para se matricular em Biologia e Biotecnologia, na Escola Superior Agrária.

Está a pagar “120 euros por uma sala adaptada para quarto individual” a que acrescentem outras despesas com a habitação como a água e eletricidade. Está “a cinco minutos da escola e o proprietário passa recibo”.

Mais difícil foi para Inês Esteves de Valpaços que andou desde junho à procura de quarto. Conseguiu um por “100 euros” a duas semanas de começarem as aulas no curso de Cuidados Veterinários.

Partilha o primeiro andar de uma moradia, próxima do campus académico, com mais três raparigas, sem direito a sala, também transformada em quarto.

Agência Lusa

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