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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Dia Internacional da Biodiversidade: há um milhão de espécies em risco de extinção e é urgente agir agora

O Dia Internacional da Biodiversidade foi assinalado esta quarta-feira, 22 de maio. Neste dia, enaltecemos o esforço e a dedicação de todas as pessoas, entidades, associações, organizações, comunidades e países que trabalham ininterruptamente para proteger e preservar a biodiversidade a nível local, regional e global. O esforço é hercúleo e as ameaças crescentes. 

Neste dia, deixamos um grito de alerta para o mundo e apelamos à ação: há um milhão de espécies em risco de extinção que não podem esperar. Se não houver uma revolução que altere a nosso modo de vida atual e trave as alterações climáticas, estas espécies vão mesmo extinguir-se. Elas e nós.
Águia-real. Fotografia | Pedro Rego

De acordo com o relatório internacional divulgado pela Plataforma Intergovernamental de Política de Ciência sobre Biodiversidade e Serviços do Ecossistema (IPBES, na sigla em inglês), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Ambiente, atualmente, existe um milhão de espécies em risco de desaparecer, num universo de oito milhões de plantas, insetos e outros animais.

O documento, apresentado no dia 6 de maio em Paris, França, por 145 cientistas de 50 países e que foi aprovado por 130 Estados, afirma perentoriamente que as atividades humanas e, consequentemente, as alterações climáticas, estão a ter um impacto brutal e sem precedentes na Natureza. Segundo referem os peritos, nunca a destruição da biodiversidade e dos ecossistemas foi tanta e tão rápida.

O estudo realizado mostra que a agricultura e a pesca são os maiores fatores de destruição dos ecossistemas, conseguindo uma taxa de extinção de espécies que é entre dezenas a centenas de vezes superior às médias dos últimos dez milhões de anos. Os efeitos das alterações climáticas causadas pela queima do carvão, petróleo e gás produzido pela indústria de combustíveis fósseis é outro fator determinante para a ameaça à biodiversidade e ao meio ambiente. 


O relatório, que consiste na primeira Avaliação Global sobre o estado atual da Terra em termos de biodiversidade e sanidade, aponta também o caminho a seguir: só uma rápida e profunda transformação do sistema económico, social e financeiro poderá salvar-nos do colapso dos ecossistemas e do Planta Terra. 
Fotografia | Roberto Covirno

O alerta é claro: ou mudamos rapidamente o nosso sistema económico para um sistema que não tenha como meta o crescimento sem limites, ou os males provocados pela poluição, pela destruição de habitats e pelas emissões de carbono serão irreversíveis e afetarão todas as formas de vida na Terra.

O presidente do IPBES, Robert Watson, refere, num comunicado, que é possível começar a conservar, restaurar e usar a Natureza de forma sustentável, mas só se as sociedades estiverem preparadas para enfrentar os “interesses instalados” que parecem comprometidos a manter tudo como está.

“O relatório também nos diz que não é tarde de mais para fazer a diferença, mas somente se começarmos agora em todos os níveis, do local ao global”, frisa Robert Watson. A transformação tem de passar necessariamente por uma reorganização de todo o sistema que nos governa, “através de fatores tecnológicos, económicos e sociais, incluindo paradigmas, metas e valores”.


Em causa está uma nova forma de viver e estar no Planeta. E a mudança tem de começar imediatamente porque já perdemos demasiado tempo. Depois de décadas e décadas de alertas, dados, relatórios e estudos que apontam todos no mesmo sentido, agora, mais do que nunca, é urgente agir, e agir rapidamente. 
Bosque

O relatório em números: um alerta para a ação 

 Cenário global

• 75%: ambiente terrestre “severamente alterado” até hoje por ações humanas (ambientes marinhos 66%);

• 47%: redução dos indicadores globais de extensão e condição ótimas dos ecossistemas, esses indicadores continuam a diminuir num valor de pelo menos 4% por década;

• 28%: área terrestre global mantida e/ou gerida por Povos Indígenas, incluindo 40% de áreas oficialmente protegidas e 37% de todas as áreas terrestres remanescentes com intervenção humana muito reduzida;

• +/- 60 biliões: toneladas de recursos renováveis e não renováveis extraídos globalmente a cada ano, quase 100% desde 1980;

• 15%: aumento do consumo global de materiais per capita desde 1980;


• > 85%: percentagem de zonas húmidas existentes em 1700 que desapareceram em 2000, a perda de zonas húmidas é atualmente três vezes mais rápida, em termos percentuais, do que a perda de floresta.
Corvo. Fotografia | Pedro Rego

Espécies, Populações e Variedades de Plantas e Animais

• 8 milhões: número total estimado de espécies animais e vegetais na Terra (incluindo 5,5 milhões de espécies de insetos);

• Dez a centenas de vezes: a medida em que a taxa atual de extinção de espécies a nível mundial é maior em comparação com a média dos últimos 10 milhões de anos, e o aumento da taxa está a acelerar;

• Até 1 milhão: espécies ameaçadas de extinção, muitas poderão estar extintas em apenas algumas décadas;

• > 500 000 (+/- 9%): parte dos 5,9 milhões de espécies terrestres estimadas no mundo com habitat insuficiente para sobrevivência a longo prazo se não houver restauração de habitats;

• > 40%: espécies de anfíbios ameaçadas de extinção;

• Quase 33%: corais formadores de recifes, tubarões e outras espécies relacionadas ameaçados de extinção e > 33% de mamíferos marinhos em risco de desaparecer;

• 25%: proporção média de espécies ameaçadas de extinção nos grupos terrestres, de água doce e vertebrados marinhos, invertebrados e plantas que foram avaliadas com dados suficientes;

• Pelo menos 680: espécies de vertebrados extintos devido a ações humanas desde o século XVI;

• +/- 10%: estimativa preliminar da proporção de espécies de insetos ameaçadas de extinção;

• > 20%: declínio na abundância média de espécies nativas na maioria dos principais biomas terrestres, principalmente desde 1900;

• +/- 560 (+/- 10%): raças domesticadas de mamíferos que foram extintas em 2016, com pelo menos mais 1 000 ameaçadas;

• 3,5%: raças domesticadas de aves extinta até 2016;

• 70%: aumento desde 1970 no número de espécies exóticas invasoras em 21 países com registos detalhados;

• 30%: redução na integridade do habitat terrestre global causada pela perda de habitat e deterioração;

• 47%: proporção de mamíferos terrestres não voadores e 23% de aves ameaçadas cujas distribuições podem já ter sido afetadas negativamente pelas mudanças climáticas;


• > 6: espécies de ungulados que provavelmente estariam extintas ou a sobreviver apenas em cativeiro se, atualmente, não existissem medidas de conservação.
Bosque de Carvalho Negral

Florestas

• 45%: aumento da produção de madeira bruta desde 1970 (4 biliões de metros cúbicos em 2017);

• +/- 13 milhões: empregos na indústria florestal;

• 50%: expansão agrícola que ocorreu à custa da destruição de florestas;

• 50%: redução na taxa líquida de perda florestal desde os anos 90 (excluindo aqueles utilizados para extração de madeira ou agrícola);

• 68%: área florestal global atual comparada com o nível pré-industrial estimado;

• 7%: redução de florestas intactas (> 500 km2 sem pressão humana) de 2000-2013 em países desenvolvidos e em desenvolvimento;

• 290 milhões de hectares (+/- 6%): cobertura florestal nativa perdida de 1990-2015 devido ao desmatamento e extração de madeira;

• 110 milhões de hectares: aumento da área de florestas plantadas de 1990-2015;

• 10-15%: fornecimento global de madeira obtida pela silvicultura ilegal (até 50% em algumas áreas);


• > 2 biliões: pessoas que dependem de combustível de madeira para atender às suas necessidades de energia primária.
Parque Natural de Montesinho. Fotografia | Pedro Rego

Alterações climáticas

• 1 grau Celsius: diferença média de temperatura global em 2017, em comparação com os níveis pré-industriais, aumento de cerca de +/- 0,2 (+/- 0,1) graus Celsius por década;

• > 3 mm: aumento médio anual do nível do mar nas últimas duas décadas;

• 16-21 cm: aumento da média global do nível do mar desde 1900;

• aumento de 100% desde 1980 nas emissões de gases de efeito estufa, elevando a temperatura média global em pelo menos 0,7 graus Celsius;

• 40%: aumento da pegada de carbono do turismo (para 4,5 Gt de dióxido de carbono) de 2009 a 2013;

• 8%: das emissões totais de gases de efeito estufa são provenientes do transporte e do consumo de alimentos relacionados com o turismo;

• 5%: percentagem estimada de espécies em risco de extinção com um aumento da temperatura de 2°C, essa percentagem sobe para 16%, se a temperatura aumentar 4,3°C;


• Mesmo que o aquecimento global seja de apenas 1,5 a 2ºC, a maioria das populações de espécies terrestres deverá sofrer uma redução drástica.

Consulte o Relatório AQUI e AQUI.


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