Quanto aos centros comerciais, espaços de lazer e restaurantes impôs-se que houvesse uma limitação de pessoas. Ainda assim, por Bragança, no sector da restauração estão a tomar-se medidas mais preventivas que o solicitado. Diversas pessoas decidiram fechar os seus espaços porque, como explica Jorge Morais, proprietário de um restaurante na cidade, os clientes eram cada vez menos e é preciso proteger a população, evitando que o surto se propague. “Nós decidimos fechar portas e grande parte deles acho que estão a tomar essa decisão porque acho que é o melhor. Notamos um decréscimo muito acentuado em termos de clientes e, ao mesmo tempo, não é fácil trabalhar porque as pessoas têm algum receio. Achamos que é melhor dar um tempo e ver como as coisas correm. Depois de fechar, estaremos sempre à espera do que vai acontecer e de que ajudas vamos poder ter”.
Ainda na semana passada, vários proprietários de ginásios na cidade, entre os quais Rui Sousa, decidiram unir-se e fechar estes espaços, apesar de muitos deles ainda terem uma grande afluência de pessoas. “Para que ninguém perdesse e para que ninguém, no problema, visse uma oportunidade, decidimos, entre todos, para nosso bem e dos clientes, fechar. Notámos que havia muito menos gente a frequentar mas mesmo assim ainda havia afluência. Nós conseguimos garantir alguma higiene e segurança nas pessoas mas, com a escassez de produtos de higiene e desinfecção, não sabiamos até quando iríamos conseguir”.
Telmo Garcia é proprietário de três discotecas em Bragança e teve que fechar estes espaços de diversão nocturna, admitindo que o negócio não vai atravessar dias fáceis. Ainda assim, o empresário louva esta medida do Governo mas pede que o comércio seja devidamente apoiado. “Isto para o negócio é pessimo. Estou preocupado porque ninguém me consegue dar informações. Logo a seguir ao fecho das escolas a primeira coisa que se falou foi fechar as discotecas e muito bem, estamos cá para colaborar, mas queremos saber que tipo de medidas o Governo está a pensar fazer. Só preciso para proteger os meus funcionários, já não peço muito mais nesta fase. Mandei dez pessoas para casa, que têm contrato, e outros dez, que são postos de trabalho indirectos, e queria dar-lhe uma palavra”.
Já Virgílio Afonso é proprietário de um bar na cidade há quase trinta anos. Em tanto tempo, o empresário nunca se tinha visto obrigado a fechar as portas ao espaço nestes moldes mas assegura que o fez antes do solicitado, apesar de saber que o negócio será bastante prejudicado. “É o caos. Já o negócio não estava muito bem... no mês de Janeiro foi péssimo e a partir do dia 15 de Fevereiro começou-se a trabalhar e agora temos que fechar. Pelo menos que haja financiamento para aguentar as coisas e para continuar para a frente futuramente”.
As medidas foram tomadas na semana passada, numa altura em que foi decretado o “estado de alerta” em todo o país. Entretanto, no sábado, também foi ordenado o encerramento de todos os bares, todos os dias, a partir das 21 horas.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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