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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Parecer jurídico europeu determina: animais e plantas criados de forma convencional não são patenteáveis

Que tempos são estes, em que temos que defender o óbvio? Já questionava Bertolt Brecht. Um parecer jurídico publicado a 14 de maio de 2020 pela Câmara de Recurso Alargada, o órgão jurídico máximo do Instituto Europeu de Patentes (IEP), decide a favor do óbvio: os animais e as plantas criados de forma convencional não são patenteáveis.

Mas o óbvio deu muita luta, uma luta coletiva e além-fronteiras na União Europeia (UE). O parecer só foi emitido depois da forte pressão exercida, desde 2016, por organizações ambientais, de agricultores e da sociedade civil, através de campanhas, petições, protestos, cartas abertas, manifestações e queixas. Muitas dessas ações foram impulsionadas pela organização Movemos a Europa.

Patentear a cevada, o salmão e os tomates: estes são só alguns exemplos de produtos provenientes da natureza alvo de tentativas de apropriação e domínio por parte de multinacionais recentemente. Empresas como a Bayer (que comprou a Monsanto), a Syngenta e a Carlsberg tentaram por todos os meios impedir a decisão do IEP. Sem patentes, não podem controlar nem lucrar com a informação biológica de plantas e animais.

Em julho de 2017, a UE já tinha declarado que as plantas e os animais não são invenções da humanidade, mas pertencem à natureza, pelo que constituem um bem comum. Mas o IEP, obstinadamente, recusou-se na altura a aceitar a decisão, apesar de ter suspendido todos os pedidos de patente que estavam pendentes até então.

A decisão final a favor do óbvio só veio a ser tomada pelo IEP a 14 de maio deste ano, graças à ação coletiva organizada. "A 14 de maio de 2020 vencemos. Esperamos que a decisão ajude a pôr fim a uma década de completo absurdo jurídico e de decisões caóticas no IEP. Muitas vezes, quando vencemos, temos de assinalar a combinação de bons argumentos, parceiros fortes e experientes e a ampla mobilização internacional do poder popular; e é sobretudo com o Poder Popular que a comunidade da Movemos a Europa, unindo forças, pode contribuir para o movimento", destaca a organização Movemos a Europa a propósito da vitória obtida.

Uma vitória para a natureza e a humanidade.

O parecer jurídico emitido pelo IEP pode ser consultado AQUI.

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