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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Rubrica 20 anos + 5 espécies de fauna | Perdiz-vermelha

Para que possa conhecer melhor a dimensão e a diversidade do trabalho realizado pela Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, lançámos, a propósito das comemorações dos 20 anos da organização, assinalados a 9 de março, a rubrica 20 anos 5+5+5+5, que pretende destacar, até ao final do ano, 5 espécies de fauna, 5 espécies de flora/habitats, 5 elementos do património rural edificado e 5 elementos culturais e da comunidade beneficiados pelas ações desenvolvidas pela Palombar nos seus 20 anos de história.
Perdiz-vermelha. Fotografia Palombar.
Hoje vamos falar da Perdiz-vermelha…
A perdiz-vermelha ou perdiz-comum (Alectoris rufa) é uma espécie icónica da atividade cinegética e fundamental para fomentar a biodiversidade de fauna selvagem. Os adultos apresentam um corpo arredondado na parte inferior. As suas faces são brancas com uma linha preta que, partindo da parte de cima do bico, rodeia os olhos e desce até ao peito, onde forma uma espécie de colar. O peito é cinzento e traçado por estrias pretas. O bico e as patas são vermelhos, assim como o círculo orbital. A parte de cima da cabeça, a parte inferior do corpo e o dorso apresentam cores castanho-avermelhadas e alaranjadas.

Alimenta-se de matéria animal, como formigas, gafanhotos e outros diferentes tipos de insetos, artrópodes e anelídeos; e vegetal, tanto de espécies selvagens como agrícolas, nomeadamente gramíneas, cereais, e também grãos de outras plantas cultivadas como milho, girassol, sorgo, etc. O seu habitat preferencial é composto por mosaicos diversificados de terrenos cultivados, matos, matagais, campos cerealíferos e zonas arbustivas, que se alternam com restolhos e pousios.

É uma espécie monogâmica e os casais formam-se normalmente no período entre janeiro e março. A fase de postura dos ovos pode variar: nas zonas mais a sul do país, vai de março a abril, enquanto, no norte, ocorre normalmente de abril a maio. O número de ovos postos é variável, habitualmente de oito a 23, com uma média de 12 ovos por ninhada. No entanto, foi já registado um caso excecional de um ninho com 38 ovos.

A perdiz é uma espécie gregária e fora do período de reprodução vive em bandos mais ou menos numerosos que lhe conferem proteção em relação aos predadores. Pode formar bandos familiares ou plurifamiliares.

Por que é importante conservar e proteger a perdiz-vermelha?
Apesar de ter um estatuto de ameaça “Pouco preocupante”, a perdiz-vermelha é uma presa-chave de várias espécies de fauna silvestre ameaçadas e protegidas, nomeadamente aves de rapina, como a águia-de-Bonelli (Aquila fasciata) - é a sua presa de eleição - e a águia-real (Aquila chrysaetos); e de mamíferos, como o lince-ibérico (Lynx pardinus) e o gato-bravo (Felis silvestres) - as perdizes fazem parte da dieta destes mamíferos ocasionalmente. As perdizes contribuem também para controlar as populações de insetos, artrópodes e anelídeos, visto que fazem parte da sua dieta. A conservação da perdiz-vermelha é fundamental para assegurar a sobrevivência de várias espécies de animais, para fomentar a biodiversidade e promover o equilíbrio dos ecossistemas.

Como contribuímos para a conservação da perdiz-vermelha?
A Palombar contribui para a conservação da perdiz-vermelha através de diversas ações, nomeadamente por via da instalação de bebedouros e comedouros para a espécie no território (Unidades de Alimentação Artificial), de modo a assegurar a disponibilidade de recursos básicos (água e alimento), sobretudo durante o período estival e da criação de sementeiras e clareiras para aumentar os recursos tróficos e criar zonas propícias à conservação da perdiz-vermelha, potenciando o seu sucesso reprodutor. A organização realiza também a monitorização das populações de perdiz-vermelha, com o objetivo de avaliar a sua densidade no Nordeste Transmontano.
Perdiz-vermelha. Fotografia Palombar.

As ações que contribuem para a conservação da perdiz-vermelha são desenvolvidas no âmbito de que projetos?

Grupo Nordeste
O Nordeste – Grupo para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável é constituído pela Palombar, pela AEPGA – Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino e pela APFNT - Associação dos Produtores Florestais do Nordeste Transmontano.

Tem como objetivo dar vida a um modelo de intervenção que, unindo a conservação da Natureza à agricultura e à exploração florestal sustentável, promova o envolvimento das comunidades locais e dinamize o desenvolvimento integrado do espaço rural nos vales dos rios Sabor e Maçãs, que estão inseridos na ZPE Rios Sabor e Maças.

No âmbito deste grupo de trabalho, a Palombar é responsável pela implementação de um conjunto de ações que visam a conservação da perdiz-vermelha, entre outras espécies, muitas das quais são financiadas pela EDP Produção e enquadradas na implementação de medidas de mitigação dos impactos gerados pelo Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor.

Saiba mais AQUI.

LIFERupis
O 'LIFE Rupis Conservação do britango e da águia-perdigueira no vale do rio Douro' é um projeto transfronteiriço, do qual a Palombar é parceira, financiado pela União Europeia, através do Programa LIFE, e coordenado pela SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

O seu principal objetivo é a conservação do britango (Neophron percnopterus) e da águia-perdigueira (Aquila fasciata) no vale do rio Douro, através da implementação de medidas que pretendem reduzir a mortalidade destas espécies e aumentar o seu sucesso reprodutor.

Saiba mais AQUI.

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