Manuel Moredo da associação Pantorra, sediada em Mogadouro, explica que nos últimos tempos deixou de haver procura.
“As vendas ainda tiveram uma fase alta no início de Outubro, mas, entretanto, os problemas começaram a surgir em Espanha, em particular nas grandes cidades, como Barcelona e Madrid, onde se consomem muitos cogumelos e em princípio consomem dos mais frescos. Desde que está a haver confinamento deixou de haver tanto interesse na apanha porque não tinham saída”, afirmou.
Para o especialista em micologia este é mais um motivo para que se avance para a regulação do sector dos cogumelos silvestres, de forma a evitar a dependência do mercado externo e a manter a mais valia do produto na região.
Manuel Moredo espera que seja possível criar regulamentação através das câmaras ou da comunidade intermunicipal. “Era muito importante. Sei que algumas autarquias do país estão a tentar criar um regulamente próprio e é uma das coisas que aqui no distrito também podíamos fazer”, afirmou.
Além de condicionar a venda de cogumelos selvagens, a pandemia também impediu a realização de encontros e passeios micológicos, bem como de um congresso nacional que devia ter acontecido este outono na região.
Francisco Pires, presidente da Associação Xixorra, também lamenta que não seja possível realizar as actividades micológicas habituais, o que condiciona também a própria investigação nesta área.
“Este ano, na Primavera não foi possível e no Outono também não vai ser, e é sempre uma situação chata porque discutiam-se algumas questões à volta do tema dos cogumelos, havia um encontro e as pessoas que têm alguma afeição pela actividade poderiam ir desenvolvendo, neste caso está tudo no fundo parado, até a nível da investigação e do trabalho que vamos fazendo, este ano vai ser uma no para esquecer nesta área”, afirmou.
Consequências da pandemia a fazerem-se sentir também no sector dos cogumelos selvagens.
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