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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

À descoberta da Concatredal de Miranda do Douro, entre lendas e raridades

 Um livro raro, com mais de 400 anos, é só a mais recente descoberta do espólio da imponente Concatedral de Miranda do Douro. Ainda no planalto mirandês, descobrem-se lugares de descanso, sabores regionais e burros em vias de extinção.

A antiga Sé de Miranda do Douro é hoje concatedral. (Fotografia de Octavio Passos/GI)

Erguida no centro urbano, junto à muralha, a olhar as arribas do Douro, a antiga Sé, agora Concatedral de Miranda do Douro, é um edifício imponente de arquitetura maneirista, com um grande corpo central ladeado por duas torres.

Este colosso foi mandado construir pelo rei D. João III – assim como as sés de Leiria e Portalegre – depois de elevada a antiga vila de Miranda à categoria de cidade e sede de diocese em 1545.

A grandiosidade do projeto do novo templo, edificado após a destruição da antiga igreja medieval de Santa Maria, leva até o bispo de Miranda a remeter uma nota de desassossego ao rei: “Porque é tão sumptuoso que se não poderá acabar em vida dos presentes”. Ainda assim, em 1552, foi lançada a primeira pedra, sob a direção de Gonçalo de Torralva e Miguel de Arruda.

No interior, admira-se o retábulo-mor seiscentista, do galego Gregório Fernández, o órgão do século XVIII, decorado com talha dourada, e o cadeiral, com quadros pintados nos respaldos. O núcleo expositivo acolhe ainda peças de pintura, escultura e arte sacra do espólio da Concatedral de Miranda do Douro, entre elas o conjunto pictórico “Calendário da Sé”, pintado em Antuérpia por Pieter Balten em 1580.

Outro elemento de interesse é a imagem do Menino Jesus da Cartolinha, um ícone da religiosidade popular local. A lenda associada a esta figura remete para 1711, ano em que decorria a Guerra de Sucessão Espanhola. Durante a invasão de Miranda do Douro pelo exército castelhano, terá aparecido nas muralhas um menino vestido de fidalgo cavaleiro a chamar os mirandeses e a incentivá-los a lutar contra o inimigo. No fim da batalha e depois da cidade libertada, o menino desapareceu. No dia 6 de janeiro é realizada a festa em sua honra.

A história atribulada da cidade fronteiriça e os conflitos com Espanha terão ditado a mudança da diocese para Bragança em 1780. Mas ainda hoje se encontram vestígios do precioso património do templo. Em 2015, foi descoberto na concatedral o “Livro de missas, magnificas e motetes”, de Diego de Bruceña, único sobrevivente dos 40 exemplares impressos em 1620 pela casa de Susana Muñoz, em Salamanca. A obra está a ser digitalizada, e a Concatedral irá acolher futuramente um conjunto de concertos com base neste livro.

O que fazer em redor

DORMIR Casa de Belharino

A 20 minutos do centro da cidade, no planalto mirandês, esta casa, inserida no cenário rural e sereno da aldeia de Genísio, é um convite ao descanso. Cada uma das oito suítes (duas delas superiores, com uma pequena zona de leitura) foi batizada com expressões populares portuguesas e a decoração combina peças evocativas da vida rural e das tradições da região – antigas peneiras, crivos e máscaras tradicionais transmontanas – com uma simplicidade elegante que transmite conforto. Apetecendo explorar a região ou dedicar-se simplesmente ao ócio, tanto há bicicletas para uso dos hóspedes como uma piscina convidativa e uma cama de rede à sombra de uma árvore. Quarto duplo a partir de 90 euros por noite, com pequeno-almoço.

(Fotografia: DR)

VISITAR Centro de Valorização do Burro de Miranda

Em Atenor fica este centro, sede da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino. Ali contribui-se para a conservação do Burro de Miranda, de património genético, ecológico e cultural único de Portugal. Os visitantes podem conhecer as dezenas de burros que ali vivem, o picadeiro, os estábulos e a maternidade, assim como perceber o trabalho feito em prol da sua preservação. São organizados passeios com e sessões de terapia com os animais. Entrada: 5 euros.

(Fotografia de Octavio Passos/GI)

COMER Miradouro

De volta ao centro da cidade, encontram-se os sabores regionais no Miradouro, restaurante amplo e acolhedor. As entradas vão dos calamares à romana aos cogumelos salteados, passando pela alheira. Nos pratos principais, sobressaem várias opções de bacalhau, como o bacalhau à Miradouro, posta generosa banhada em molho bechamel e servida com batata frita. Na carne, a posta à mirandesa, guarnecida com batata a murro e legumes. O espaço tem invejáveis vistas sobre a cidade. Preço médio: 20 euros.

(Fotografia de Rui Ferreira/GI

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