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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 15 de outubro de 2022

FAVORITAS 10

 Uma flor humilde como o malmequer também pode merecer um lugar na pasta das fotografias favoritas. Basta ser, como esta, de uma simetria impecável. De facto, desse ponto de vista é uma perfeição.
O nome malmequer, todos o sabemos, vem do costume de os adolescentes (sobretudo as adolescentes, que isso era mais coisa de raparigas — desmintam-me, se forem capazes, caras Amigas FB) o desfolharem, pétala por pétala, cantarolando ‘bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer’, julgando, ou fingindo julgar que dessa forma apuravam qual o sentimento que lhes dedicava a pessoa amada. Quer dizer, atribuíam-se, ou fingia-se atribuir ao modesto malmequer poderes divinatórios. Não é caso virgem de crença em que outras criaturas têm também esses poderes. O exemplo mais comum é certamente o cuco, que alegadamente dá tantas cucadas quantos anos restam de solteira à rapariga consulente. Miguel Torga tem um conto muito interessante sobre esta crença. É o ‘Farrusco’, dos “Bichos”
Olhando com atenção a nossa florinha, não pude deixar de estranhar a quantidade invulgar de pétalas. Já repararam? Serão bem para cima de uma centena. Os malmequeres que vi desfolhar na adolescência tinham muito menos pétalas.
E, como gosto de reflectir sobre as coisas, às vezes com uma dose bem generosa de fantasia — como vai ser o caso —, deu-me para pensar que se trata duma estratégia de sobrevivência da flor. Porquê? Como? Aumentando enormemente o número de pétalas, ela desencoraja as adolescentes de as colherem para a referida cantilena do ‘bem-me-quer, mal-me-quer’.
Podem rir-se à vontade, que eu também me rio.

A. M. Pires Cabral

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