Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Segundo o Tribunal de contas, o dinheiro público injetado na banca e que não será recuperado ascende a vinte e dois mil milhões de euros, desde 2008. É uma brutalidade! Cada português contribuiu, em média, com 2.200 euros para aquela “salvífica” missão. Sendo a população ativa da ordem dos cinco milhões e havendo muitos que não pagam impostos a “taxa” paga pelos contribuintes é, em verdade, próxima de 5.000 euros, individuais.
Porém, deveria ter deixado que os bancos falissem e reduzissem a pó as economias das suas centenas de milhares de depositantes? Obviamente que não! Seria o princípio da destruição da instituição bancária com as (in)imagináveis consequências funestas associadas. Desde logo a evaporação das poupanças de uma vida, para tanta gente que, esforçadamente, angariou o pé-de-meia para lhe servir de aconchego nos últimos dias da vida. Por outro lado, o modo de vida atual, tal qual o conhecemos, ficaria irremediavelmente comprometido. O recurso ao crédito bancário para a aquisição de habitação própria, viatura e eletrodomésticos é já indispensável. A própria indústria teria muito limitada na sua capacidade de investimento, motor do desenvolvimento e criador dos desejados e necessários empregos.
Não! Uma vez chegados à situação da falência iminente de algumas instituições bancárias a única alternativa possível passa pela injeção dos montantes necessários e estritamente suficientes para garantir a integridade dos depósitos feitos por todos quantos lhes entregaram as suas poupanças, a título de depósitos. Caso diferente é o de tantos quantos, conscientemente, investiram em produtos financeiros assumindo um risco que, por existir, ser real e elevado, produzia remunerações atrativas e generosas. Igual tratamento deve ser dado aos acionistas da sociedade dona do banco em questão. Porque, durante vários anos, viram o seu capital devida e generosamente remunerado pelos fabulosos lucros que, é preciso frisar, estiveram na génese da debacle que lhes sucedeu. Só na primeira década deste milénio, os resultados líquidos dos bancos intervencionados, depois, ultrapassaram os dez mil milhões de euros, que é metade da verba que, posteriormente, vieram a precisar para garantirem os seus compromissos assumidos com os depositantes. Se a estes valores forem somados os desvios fraudulentos, as loucuras gananciosas e as negociatas com amigos e quejandos... poderiam ter continuado fortes e resilientes... com uma gestão prudente, como é obrigação juramentada por quem o Banco de Portugal autoriza a tomar conta dos nossos depósitos.
A ambição sobrepôs-se à sensatez, confiando no rifão que diz que dinheiro traz dinheiro... se bem gerido... porque, de outra forma em vez de o trazer... some-o.
E sumiu!
E como não há árvores de patacas, o que o Governo teve de encafuar nos buracos do crédito mal parado, teve de ser desviado de outras funções e destinos onde era reclamado e onde traria mais desenvolvimento, conforto e satisfação de necessidades básicas.
Com os vinte e dois mil milhões de euros enterrados na banca podiam construir-se mais de 40 hospitais ou formar mais de 40.000 médicos. Ou, por outro lado, com esse dinheiro, a preços de hoje, era possível construir 20 hospitais, formar 5.000 médicos especialistas, pagar-lhes o salário durante 20 anos e ainda sobrava dinheiro.
Porém, deveria ter deixado que os bancos falissem e reduzissem a pó as economias das suas centenas de milhares de depositantes? Obviamente que não! Seria o princípio da destruição da instituição bancária com as (in)imagináveis consequências funestas associadas. Desde logo a evaporação das poupanças de uma vida, para tanta gente que, esforçadamente, angariou o pé-de-meia para lhe servir de aconchego nos últimos dias da vida. Por outro lado, o modo de vida atual, tal qual o conhecemos, ficaria irremediavelmente comprometido. O recurso ao crédito bancário para a aquisição de habitação própria, viatura e eletrodomésticos é já indispensável. A própria indústria teria muito limitada na sua capacidade de investimento, motor do desenvolvimento e criador dos desejados e necessários empregos.
Não! Uma vez chegados à situação da falência iminente de algumas instituições bancárias a única alternativa possível passa pela injeção dos montantes necessários e estritamente suficientes para garantir a integridade dos depósitos feitos por todos quantos lhes entregaram as suas poupanças, a título de depósitos. Caso diferente é o de tantos quantos, conscientemente, investiram em produtos financeiros assumindo um risco que, por existir, ser real e elevado, produzia remunerações atrativas e generosas. Igual tratamento deve ser dado aos acionistas da sociedade dona do banco em questão. Porque, durante vários anos, viram o seu capital devida e generosamente remunerado pelos fabulosos lucros que, é preciso frisar, estiveram na génese da debacle que lhes sucedeu. Só na primeira década deste milénio, os resultados líquidos dos bancos intervencionados, depois, ultrapassaram os dez mil milhões de euros, que é metade da verba que, posteriormente, vieram a precisar para garantirem os seus compromissos assumidos com os depositantes. Se a estes valores forem somados os desvios fraudulentos, as loucuras gananciosas e as negociatas com amigos e quejandos... poderiam ter continuado fortes e resilientes... com uma gestão prudente, como é obrigação juramentada por quem o Banco de Portugal autoriza a tomar conta dos nossos depósitos.
A ambição sobrepôs-se à sensatez, confiando no rifão que diz que dinheiro traz dinheiro... se bem gerido... porque, de outra forma em vez de o trazer... some-o.
E sumiu!
E como não há árvores de patacas, o que o Governo teve de encafuar nos buracos do crédito mal parado, teve de ser desviado de outras funções e destinos onde era reclamado e onde traria mais desenvolvimento, conforto e satisfação de necessidades básicas.
Com os vinte e dois mil milhões de euros enterrados na banca podiam construir-se mais de 40 hospitais ou formar mais de 40.000 médicos. Ou, por outro lado, com esse dinheiro, a preços de hoje, era possível construir 20 hospitais, formar 5.000 médicos especialistas, pagar-lhes o salário durante 20 anos e ainda sobrava dinheiro.
José Mário Leite, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.
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