Este é um dos entrudos mais genuínos do nosso território, onde os mascarados percorrem a aldeia, em desfile, com brincadeiras e tropelias, chocalhando as moças mais novas e solteiras.
Em Vila Boa há cerca de 40 máscaras, que ainda preservam os trajes como eram noutros tempos, e os que se vestem para animar o dia de Carnaval garantem que não querem deixar morrer a tradição.
“Participo desde os meus seis anos, é o preservar de uma tradição, não deixar morrer o que é nosso, as mulheres solteiras são chocalhadas e há várias brincadeiras”, disse um mascarado que participou no desfile.
Manuel Vale é habitante de Vila Boa e diz que sempre se lembra desta celebração. Tem 75 anos e recorda que noutros tempos as coisas eram um pouco diferentes, mas a essência mantem-se.
“Era mais divertido, porque saiam espontaneamente de uma canelha e de outra, hoje é um Carnaval genuíno, mas é programado”, contou.
Tozé Vale é o presidente da Associação Desportiva e Cultural de Vila Boa, que ajuda a dinamizar a festa. Garante que este já não é só um entrudo da aldeia.
“O objectivo da associação é manter as tradições muito activa. O mais importante disto tudo é que os mais novos continuem a viver como era no passado. Cada vez mais há pessoas de fora que começam a mostrar muito interesse por estas festas tradicionais e é bom que venham, porque nos faz falta que pessoas venham ao nosso território”, salientou.
O Entrudo de Vila Boa animou, ontem, esta aldeia vinhaense, que tem unido esforços para que a tradição não acabe e que, pelo contrário, cresça, que os mais novos a vão sentido também sua.
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