“Não há ilusões de que isto vai acontecer já amanhã. Também é compreensível que as pessoas que foram abandonadas pelo caminho de ferro tenham alguma impaciência de vê-lo regressar tão depressa quanto possível. Quando digo que não há ilusões, não estou a dizer que não vai acontecer, estou a dizer que não vai acontecer tão cedo como as pessoas esperam, mas temos que trabalhar para que aconteça”, referiu.
O Plano Nacional Ferroviário prevê a ligação Porto-Bragança mas a associação Vale d’Ouro apresentou uma proposta que mostra que Bragança não deve ser o fim da linha e que devia existir ligação a Zamora. O plano diz que a ligação a Espanha deve ser feita entre Aveiro e Salamanca. O secretário de Estado não defende propriamente nenhuma da opções em detrimento de outra.
“Pelo menos do ponto de vista das mercadorias, essa alternativa não existe, porque se nós queremos levar a sério os objectivos da Comissão Europeia para a transferência modal e para o aumento do trafego dos comboios de mercadorias, com muita probabilidade vamos precisar de ambas. Os corredores internacionais de mercadorias que temos actualmente não vão ser suficientes”, acrescentou
Ontem, em Bragança, na iniciativa “Agendas para o Território”, sob o tema “que futuro para a ferrovia em Trás-os-Montes?”, dinamizada pelos dois deputados socialistas de Bragança, o secretário de Estado, questionado sobre a possibilidade de se começar a executar o plano por aqui, o governante não iludiu os transmontanos.
O deputado socialista Sobrinho Teixeira tem esperanças precisamente no contrário, que se comece por aqui.
“Eu acho que nós temos que ser disruptivos. Se fazemos tudo sempre da mesma maneira as coisas ficam sempre iguais e os primeiros ficam cada vez melhores e os últimos ficam cada vez piores. Portanto é essa luta que vamos tentar estabelecer, que de facto se faça essa disrupção para que os territórios comecem a ser mais iguais”, frisou.
Frederico Francisco falou ainda da alta velocidade. Disse que aquilo que está no plano não exclui que esta linha possa vir a ser de alta velocidade, mas, neste momento, não há elementos para dizer que ela tem que ser de alta velocidade e a diferença "não é assim tão grande”.
A consulta pública do Plano Nacional Ferroviário termina hoje.
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