Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Qualquer leigo na matéria que leia de forma leve e descontraída os primeiros capítulos de “A Riqueza das Nações” de Adam Smith ou, melhor, assista a uma aula de introdução à economia pelo Professor da Universidade Católica, João César das Neves entenderá que os princípios das relações económicas são, na sua génese, simples. Alguém tem ou produz um bem que outrem pretende, acordam o valor, o comprador paga e a transação efetua-se. O preço justo, em mercado aberto e livre, resulta do ajustamento entre as curvas da oferta e da procura. Se a oferta for maior que a procura, o preço baixa e, no caso contrária, sobe. A uma subida generalizada e sustentada dos preços chama-se inflação. É um fenómeno “natural” e, sendo moderada, segundo os especialistas, é bom. Já a descida contínua e persistente dos preços, tomando o nome de deflação é, segundo os mesmos, um desastre!
O problema da teoria económica prende-se com o facto de as transações que sustentam a economia saírem, muitas e variadas vezes, da esfera da racionalidade. Grande parte das compras que fazemos não resulta de uma análise racional e ponderada, mas, pelo contrário, acontecem na sequência de um impulso emocional. Como consequência, muitos dos teoremas e demonstrações perdem racionalidade e exactidão. Porém, os princípios básicos mantêm-se desde que se evite o pânico e a euforia, despropositados e infundados, como aconteceu já em situações de crises agudas nas Bolsas de Valores e, por consequência, na vida de cada um.
Diz, quem sabe, que a inflação só é boa se for pequena (por volta dos 2% ou algo parecido pois o valor exato não é consensual). Quando ela sobe para além desse valor e, sobretudo, se adquire uma tendência consistente de subida, pode arruinar o sistema económico e conduzir a grandes depressões, com falências e elevadíssimas taxas de desemprego, como, infelizmente, já aconteceu. Compete aos Bancos Centrais combater esses fenómenos.
É o que faz o BCE. Como não tem forma prática de aumentar a oferta, procura controlar os preços, aumentando as taxas de juros para que a diminuição de liquidez reduza a procura, na tentativa de controlar os preços. O problema é que a baixa de custo dos bens não é imediata e, como alguns são de primeira necessidade e a sua aquisição não pode ser adiada, sem causar grande dano nas populações mais desfavorecidas, os governos concedem ajudas. Na prática estão a contrariar os efeitos pretendidos pelos banqueiros. Põem uns por um lado o que os outros tiram pelo outro. E, apesar dos custos adicionais ao erário público, a inflação teima em manter-se em níveis considerados elevados...
A subida dos preços acarreta um acréscimo do valor total arrecadado em impostos pelos governos que estes usam para tentar mitigar os efeitos nefastos da carestia... mas, ajudando (e bem) quem precisa, não contribuem (e mal) para a diminuição do valor dos bens e serviços. Permitam-me uma pergunta, tão simples quanto ingénua: e se o montante que o Estado gasta no combate à inflação, em vez de ser aplicado posteriormente fosse usado antecipadamente... diminuindo os impostos dos chamados bens essenciais? O valor que entrava nos cofres do governo seria menor, é certo, mas também não precisava de usar tantos recursos no apoio e, entretanto, os preços, ao consumidor, já tinham baixado pela diminuição da carga fiscal… e, com eles a inflação. Ou não.
O problema da teoria económica prende-se com o facto de as transações que sustentam a economia saírem, muitas e variadas vezes, da esfera da racionalidade. Grande parte das compras que fazemos não resulta de uma análise racional e ponderada, mas, pelo contrário, acontecem na sequência de um impulso emocional. Como consequência, muitos dos teoremas e demonstrações perdem racionalidade e exactidão. Porém, os princípios básicos mantêm-se desde que se evite o pânico e a euforia, despropositados e infundados, como aconteceu já em situações de crises agudas nas Bolsas de Valores e, por consequência, na vida de cada um.
Diz, quem sabe, que a inflação só é boa se for pequena (por volta dos 2% ou algo parecido pois o valor exato não é consensual). Quando ela sobe para além desse valor e, sobretudo, se adquire uma tendência consistente de subida, pode arruinar o sistema económico e conduzir a grandes depressões, com falências e elevadíssimas taxas de desemprego, como, infelizmente, já aconteceu. Compete aos Bancos Centrais combater esses fenómenos.
É o que faz o BCE. Como não tem forma prática de aumentar a oferta, procura controlar os preços, aumentando as taxas de juros para que a diminuição de liquidez reduza a procura, na tentativa de controlar os preços. O problema é que a baixa de custo dos bens não é imediata e, como alguns são de primeira necessidade e a sua aquisição não pode ser adiada, sem causar grande dano nas populações mais desfavorecidas, os governos concedem ajudas. Na prática estão a contrariar os efeitos pretendidos pelos banqueiros. Põem uns por um lado o que os outros tiram pelo outro. E, apesar dos custos adicionais ao erário público, a inflação teima em manter-se em níveis considerados elevados...
A subida dos preços acarreta um acréscimo do valor total arrecadado em impostos pelos governos que estes usam para tentar mitigar os efeitos nefastos da carestia... mas, ajudando (e bem) quem precisa, não contribuem (e mal) para a diminuição do valor dos bens e serviços. Permitam-me uma pergunta, tão simples quanto ingénua: e se o montante que o Estado gasta no combate à inflação, em vez de ser aplicado posteriormente fosse usado antecipadamente... diminuindo os impostos dos chamados bens essenciais? O valor que entrava nos cofres do governo seria menor, é certo, mas também não precisava de usar tantos recursos no apoio e, entretanto, os preços, ao consumidor, já tinham baixado pela diminuição da carga fiscal… e, com eles a inflação. Ou não.
José Mário Leite, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.
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