Consta que a Domus Municipalis de Bragança, em tempos áureos, teve dupla função a de cisterna e a de sede das reuniões municipais.
Que a Domus teve a função de cisterna não restam dúvidas, no entanto não existem garantias que comprovem que serviu de sede às reuniões camarárias.Mesmo assim, sem certezas absolutas, apenas uma ou outra atividade poderia, com alguma legitimidade, ter ali lugar. Umas reuniões de Câmara, por exemplo as que são abertas aos munícipes, uns Parlamentos Jovens ou umas reuniões de Assembleia Municipal.
Nos últimos anos e uma vez por ano, tem servido como espaço de “entronização” dos novos confrades da confraria do butelo e das casulas.
Os membros da confraria, amigos e confrades que gostam do convívio e da nossa boa gastronomia, não fazem parte da composição da Câmara Municipal nem são deputados municipais. São apenas e só… membros da confraria do butelo e das casulas que é também apenas isso mesmo e só.
A confraria do butelo e das casulas teve o mérito, inquestionável, de promover e levar ao conhecimento público, um dos componentes do fumeiro transmontano pouco conhecido e praticamente ignorado em termos comerciais, o butelo para uns e botelo para outros. As casulas para uns e cascas para outros, foram igualmente promovidas e divulgadas tendo atingido este ano, por razões conhecidas, um preço quase absurdo atendendo ao produto que é. Devido a esse meritório trabalho de divulgação, que origina mais valias evidentes para os produtores e que pode servir de pretexto à vinda de turistas, mormente com a realização do festival, a confraria merece o apreço de todos os Transmontanos.
A última “ocupação” da Domus Municipalis aconteceu precisamente num sábado, 18 de fevereiro de 2023, dia em que centenas de pessoas estavam em Bragança de visita. Os turistas, que não se privam de visitar o Castelo, querem igualmente visitar e conhecer um monumento único na Península Ibérica, assim leram e assim lhes foi dito pelos agentes turísticos. Durante um certo período, não o puderam fazer… outro “valores” mais altos se levantaram.
Com autorização ou sem autorização, fazendo parte do programa ou não fazendo, a Domus Municipalis não devia, a meu ver, poder ser palco de atividades particulares/privadas independentemente de quem sejam os protagonistas.
Com autorização ou sem autorização, fazendo parte do programa ou não fazendo, a Domus Municipalis não devia, a meu ver, poder ser palco de atividades particulares/privadas independentemente de quem sejam os protagonistas.
Para entronizar membros de uma confraria gastronómica, não faltam por aí locais bem mais adequados e adaptados à futura missão.
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