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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 21 de julho de 2023

População da Lousa em Moncorvo reclama aproveitamento da água da Saíça

 A população da Lousa, uma aldeia do concelho de Moncorvo, reclama o aproveitamento para agricultura e combate a incêndios da água proveniente do antigo reservatório da Saíça, que corre há 40 anos a céu aberto e sem utilidade.


António Ferreira é um habitante desta aldeia do distrito de Bragança e avançou à Lusa que já fez contas ao caudal desperdiçado. Se aproveitado, acredita que, num ano normal de pluviosidade média durante o inverno, seria possível criar uma reserva de água estratégica que daria para três anos de regadio e consumo público.

“Poderia ser construída uma pequena barragem, mas com grande potencial de armazenamento para este território. Mesmo que haja três anos de seca contínuos, o abastecimento para vários fins era garantido”, indicou o também especialista na construção de estações de tratamento de água e outros sistemas relacionados com o meio ambiental.

Em entrevista à Lusa, as pessoas que se reuniram num café da localidade garantiram que esta água da Saíça é de “qualidade reconhecida” e corre livremente há cerca de 40 anos através de um riacho que desagua no rio Douro, sem qualquer aproveitamento ao longo do seu percurso. Contaram ainda que o ano de 2022 foi de muita falta de água mas esta nascente nunca secou e apresentou sempre “bastante caudal”.

Para fazer um primeiro aproveitamento de parte desta água que corre a céu aberto, a junta de freguesia construiu uma fonte onde muita gente se vai abastecer “tal é a sua frescura”, apesar do difícil caminho de acesso.

Sobre a água da Saíça, contam os mais velhos da aldeia que é fresca e muito boa, como relatou Mavilda Almeida, acrescentando que é melhor do que a que vem da barragem do Palameiro, considerando por isso importante devolvê-la à aldeia.

O presidente da Junta de Freguesia da Lousa, António Martins, disse que a Saíça foi a principal fonte de abastecimento de água de “qualidade” à aldeia durante muitos anos, só que desde meados da década de 80 do século passado ficou ao abandono após a construção da barragem do Palameiro que abastece um conjunto de aldeias vizinhas.

“A canalização que levava a água a aldeia, devido à pressão no sistema de abastecimento, tinha muitas ruturas, o que provocava muitos inconvenientes à população e foi necessário arranjar uma outra alternativa, com o município de Moncorvo a apostar na construção de uma barragem no Palameiro que abastece para além da Lousa, Cabeça Boa, Castedo e Horta da Vilariça", disse.

De acordo com o autarca, após esta solução, o ponto de abastecimento da Saíça ficou ao abandono, estando agora a pensar-se no aproveitamento da água com elaboração de projetos de construção de criação e mini-hídricas para regadio, abastecimento à população e combate aos fogos florestais.

O autarca garante que desde o momento que entrou em funcionamento a barragem do Palameiro, deixou de haver problemas de abastecimento de água em quantidade e qualidade na Lousa e aldeias vizinhas.

“De momento, há uma concertação de esforços entre a associação de regantes, junta de freguesia e município para a elaboração de um projeto no local da Saíça para a construção de uma mini-barragem/charca que depois faça distribuição da água por vários pontos do território da freguesia utilizando a gravidade”, explicou.

Em comunicado, a Junta de Freguesia da Lousa avançou que já adquiriu os terrenos onde as antigas instalações de abastecimento de água da Saíça estão implantadas

“Após a compra, a junta de freguesia efetuou diligências no sentido de ali construir uma charca/barragem, o que não aconteceu porque o Governo não abriu a possibilidade de candidaturas para tal”, vincou o presidente da junta de freguesia da Lousa, António Martins.

O autarca recordou que há cerca de um ano, um grupo de agricultores tomou a iniciativa de criar a Associação de Regantes da Lousa, a quem a quem a Junta de Freguesia presta apoio total desde a primeira hora.

Segundo António Martins, a Câmara de Torre de Moncorvo acolheu de bom grado a iniciativa e tem desenvolvido ações que possam conduzir ao total aproveitamento das águas da nascente da Saíça, tendo para o efeito previsto no orçamento de 2023 uma verba destinada a suportar a elaboração de todos os estudos e candidaturas a fundo estatais/comunitários.

FYP//LIL
Lusa/fim

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