É esta a opinião do etnólogo José Quina, filho de um conceituado carpinteiro de Vimioso, que criou um museu, nesta vila, com várias peças ligadas aos usos e costumes mais antigos, muitas delas do pai.
José Quina foi um dos convidados da 1ª Bienal Intercultural, Transfronteiriça e Europeia de Vimioso e assume que em regiões onde falta gente, transportes, acessos e indústria, é necessário investir no que resta. “A bienal é um evento cultural de muita importância em territórios desertificados, como é o caso de Vimioso. Temos muito pouco mais onde possamos evidenciar-nos do que a cultura. É um valor que podemos ter para sobressair e autoafirmar-nos, já que não temos indústria e as possibilidades de tela são pequenas. Nós temos uma carga cultural muito forte podemos mostrá-la. É um valor que temos e que devemos valorizar”.
O Museu Etnológico José Quina foi criado há cinco anos. O etnólogo diz que estes espaços são fundamentais em territórios como Vimioso. “É algo muito importante, algo que urge preservar para que não deixemos perder a nossa riqueza do passado, a nossa história, porque ela pode projectar-nos no futuro”.
Na sexta-feira, José Quina apresentou o catálogo do museu, que conta já com mais de duas mil peças. “Há alfaias agrícolas, utensílios da vida doméstica e que se encontram aqui em Vimioso por iniciativa privada”.
A bienal começou na quarta-feira e termina hoje. Contou com várias exposições, congressos internacionais, projecção de filmes e documentários, danças e cantares, caminhadas interpretativas e visita a aldeias.
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