Por: Carlos Pires
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Era no Quarto Crescente
que minha mãe deitava amor no pão
antes de o meter ao forno.
que minha mãe deitava amor no pão
antes de o meter ao forno.
Como ele crescia,
Bebé,
como ele sabia!
Bebé,
como ele sabia!
O pão de minha mãe era de prata,
de prata fina.
Como as mãos de renda que lhe deitavam amor antes de o meter ao forno.
de prata fina.
Como as mãos de renda que lhe deitavam amor antes de o meter ao forno.
Era de amor,
Bebé,
e sagrado como ázimo esse pão.
Bebé,
e sagrado como ázimo esse pão.
(De amor fino de prata como as mãos de renda no Quarto Crescente, sabes?)
Lembra-me muito,
Bebé,
quando a Lua cresce, ai como tu me lembras!
Bebé,
quando a Lua cresce, ai como tu me lembras!
Fazes-me lembrar sempre aquele pão de renda de prata no forno
a que minha mãe deitava amor no Quarto Crescente,
Bebé.
a que minha mãe deitava amor no Quarto Crescente,
Bebé.
Como ele sabia,
como ele crescia,
Bebé!
como ele crescia,
Bebé!
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Este texto-poema está incluído em A Terra de Duas Línguas, Antologia De Autores Transmontanos (coordenação de Ernesto Rodrigues e Amadeu Ferreira, prefácio de Adriano Moreira e capa de Graça Morais), obra editada há anos pela Academia de Letras de Trás-os-Montes, Instituto Politécnico de Bragança e Associação das Universidades de Língua Portuguesa.
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Carlos Pires é natural de Macedo de Cavaleiros, tendo adoptado a pequena aldeia de Meles, onde crestou à solta nas férias grandes, como o seu verdadeiro berço. Como jornalista, fez parte das Redações do "Tempo", "Portugal Hoje", " Primeira Página", "Liberal", "Semanário" e da revista de economia "Exame" (de que foi editor). Em Bragança, colaborou no semanário "Mensageiro de Bragança" (1970-72), tendo sido co-fundador do semanário "ÈNÍÉ - uma voz do Nordeste Português" (1975) e da publicação "Domus", da Casa de Cultura da Juventude de Bragança (1977-78).
Foi assessor de imprensa de Maldonado Gonelha, ministro da Saúde (1983-85).
Entrou para o Infarmed em fins de 2000, depois de ter sido assessor de imprensa da ministra Elisa Ferreira, nos dois governos de António Guterres, primeiro no Ministério do Ambiente, depois no Planeamento (1995-2000).
No Infarmed criou o Gabinete de Imprensa, tendo sido porta-voz da instituição durante mais de uma dúzia de anos.
Alguns aspetos marcantes: a iniciativa da realização de um curso para jornalistas (2001), ministrado por peritos do Infarmed, em que os principais órgãos de informação estiveram representados, sobre o ciclo de vida do medicamento; a elaboração do jornal da instituição, "Infarmed Notícias", trimestral (de que é coordenador/editor/redator). A edição especial de Janeiro de 2018, com 120 testemunhos sobre o INFARMED na altura conturbada da ideia controversa da sua deslocalização para o Porto (depois editada em livro); e ainda a publicação de um livro, editado pela Âncora, "Redondilhando", que nasce no seio da instituição e cujo prefácio foi assinado por Ernesto José Rodrigues.
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