Igreja matriz de Salselas |
Os que habitavam no Cabeço de Anta tinham outra religião: adoravam um homem que tinha dado origem à família como a Deus. Estes queriam que se seguisse a sua religião.
Certo dia estes das pedreiras estavam a rezar a uma mulher grávida que se chamava Salselas. Tinham muitos cravos nas mãos. Os do Cabeço de Anta aproximaram-se e atacaram-nos e depois fugiram para onde habitavam. Os outros correram atrás deles e apanharam-nos no sítio onde hoje está a nossa povoação. Aqui combateram muito mas os do Prado da Cal foram vencidos,
Entretanto Salselas tinha fugido, para os lados do S. Francisco mas um homem do Cabeço perseguiu-a e quando a apanhou matou-a na encosta que dá para o Ranhadouro. Depois enterrou-a junto de uma fraguinha.
Um dia mais tarde, um filho do homem que matou Salselas andava por ali a guardar ovelhas. Era verão e fazia muito calor. Ele e as ovelhas tinham muita sede. Uma delas começou a raspar a terra junto daquela rochinha e a água começou a nascer. Beberam e acalmaram a sede.
O pastor depois cavou mais fundo e quanto mais cavava mais água saía, até que o pastor descobriu o esqueleto da mulher que o seu pai tinha ali enterrado. O pastor também tinha “cravos” nas mãos e ao mexer na água desapareceram. Deu-se então um milagre. Por este milagre identificou-se a mulher como sendo a Salselas. E aquela fontinha passou a chamar-se a Fonte do Milagre. Os pastores ainda hoje a cobrem sempre com uma muralha de pedras à volta. As pessoas daí em diante começaram a ir lá buscar água para lavar os “cravos” para desaparecerem.
Depois daquele grande milagre as famílias fizeram as pazes e criaram uma povoação ao fundo do cabeço de S. Francisco, onde hoje se chama Portela e deram-lhe o nome de Salselas para se lembrarem da mulher que foi vítima das rixas entre eles. Construíram também uma igreja onde hoje se chama o Calvário, na Abadia.
Muito mais tarde houve uma velha povoação construída no local onde se tinha dado a batalha dos seus antepassados.
Hoje a aldeia que conhecemos é na fronteira das terras que pertenciam às duas famílias.
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