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A justificação dada aos produtores assenta na “falta de dotação financeira para esta medida do PDR 2020, Operação 8.1.1. Florestação de Terras Agrícolas e não Agrícolas”.
O Presidente da Núcleo Regional da Quercus de Bragança, Leonel Folhento, manifesta-se desiludido com a situação.
“Os governantes continuam a esquecer os locais mais despovoados do interior”, denuncia o dirigente, defendo que é preciso “apostar forte no sobreiro no castanheiro”.
A Quercus lamenta ainda que “depois de intervenções de altos responsáveis políticos, de todos os quadrantes, prometendo políticas de apoio à economia do interior, travão à desertificação e despovoamento, equilíbrio do território e aposta na floresta autóctone, os factos venham revelar que a aposta ao investimento continua a ser centrada no litoral”.
“É inadmissível que os proprietários florestais de Bragança, que despenderam tempo, energia e dinheiro a submeter as suas candidaturas, vejam agora as suas expectativas defraudadas”, refere a associação ambientalista em comunicado, considerando que “dois anos para obter uma resposta vão muito para além do que é aceitável”.
“Este período demasiado longo gora as espectativas dos produtores e das organizações de produtores florestais que ficam, deste modo, de pé atrás em relação a futuras medidas de apoio”.
Segundo a Quercus, a grande maioria destes proprietários, já com alguma idade, são detentores de mais terrenos arborizados com sobreiros e esta decisão “arrasadora”", em nada anima quem tenta valorizar os terrenos no interior.
Os projetos em causa, agora reprovados por falta de verba, propunham-se plantar maioritariamente sobreiros, mas também outras espécies de floresta autóctone como o castanheiro, pinheiro manso e freixo.
“É incompreensível que vejamos o senhor ministro da Agricultura a prometer milhões todos os dias para a floresta e depois vemos a realidade desmentir esta retórica”, lamentam os ambientalistas.
A Quercus apela, por isso, ao ministro da Agricultura e ao primeiro-ministro para que “façam inverter esta situação e que retirem as verbas destinadas às rearborizações com eucaliptos, para que possam ser viabilizados os projetos com sobreiros e outras autóctones no Interior de Portugal”.
Olímpia Mairos
Rádio Renascença
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