O Grão-Mestre da Confraria dos Enófilos e Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro diz que esta obra “é o resultado daquilo que estudei e pesquisei ao longo de vários anos” sobre este famoso enchido. “E não há volta a dar. Mirandela teve um peso significativo no desenvolvimento daquilo que é hoje este produto”, adianta.
São várias as histórias à volta do imaginário e da materialidade da memória em torno da alheira. “O livro tenta arrumar um pouco as ideias de como isto surgiu e porque tem a ver com a vivência rural de zonas do interior, nomeadamente o interior transmontano”, explica António Monteiro.
Uma dessas histórias passa pelo pão, que só há relativamente pouco tempo passou a ser um dos ingredientes deste enchido fumado. “Desde que aparecem as denominações históricas de enchidos, o pão nunca era utilizado. Não se desperdiçava o pão em altura de fome, para ensacar e guardar nas alheiras. Comida sem pão é comida de lambão, diz o povo. O pão é uma coisa mais recente nos próprios enchidos”, esclarece
A Presidente da Câmara de Mirandela realça “a importância desta obra para a perpetuação das histórias e das memórias à volta da alheira”, salienta Júlia Rodrigues.
António Manuel Monteiro apresentou o seu livro, “Alheiras, e Alheira de Mirandela - Do imaginário à materialidade da memória”, na véspera do arranque da 21ª edição da Feira da Alheira de Mirandela.
Escrito por Terra Quente (CIR)
Foto: Município de Mirandela
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