Por um lado, a concretização do Observatório de Montesinho, que foi inicialmente anunciado a 27 de fevereiro, aquando da realização do Conselho de Ministros em Bragança, e que prevê a recuperação das casas da Lama Grande. Por outro, será o lançamento do Programa Internacional de Montesinho.
“O Observatório será contínuo no tempo. Terá como intervenientes o More (do IPB), o Centro de Investigação de Montanha, o Turismo de Portugal, a Conservação de Natureza e Florestas e a Agência Espacial Portuguesa, para além da participação da Secretaria de Estado da Valorização do Interior”, explicou o governante.
“Vai corresponder à recuperação do edificado na Lama Grande (demorará cerca de um ano) e, ao mesmo tempo, a instalação em Montesinho de uma série de equipamentos.
Será um local privilegiado para ter investigadores e estudantes. Tem, por detrás, uma componente de turismo científico e educação ambiental”, disse ainda João Sobrinho Teixeira.
Este projeto tem um financiamento de 900 mil euros até 2022.
Já o Programa Internacional de Investigação sobre Montesinho, com uma dotação de 1,5 milhões, que se destina a financiar investigação em quatro áreas de interesse, (cada uma com valor máximo de 250 mil euros), no prazo de três anos. “Não é uma investigação sobre o Parque de Montesinho, que é um símbolo dos parques naturais. Mas pretende-se que seja um laboratório de estudo do que são as regiões de montanha”, explicou Sobrinho Teixeira.
As áreas de interessa passam pela observação e conhecimento da terra (monitorizar a região através de tecnologias espaciais inovadoras, processamento e análise de dados, integrando o que está a ser construído pela Agência Espacial Portuguesa, que está a ser instalada nos Açores). “O objetivo é estudar e perceber evolução das alterações climáticas”, frisou Sobrinho Teixeira. “As regiões de Montanha vão ser cruciais na mitigação das alterações climáticas. É onde se pode armazenar água e mitigar cheias”, acrescentou.
Os projetos também podem ter análise sobre sistemas agrários sustentáveis (análise das pragas).
Haverá ainda uma componente ligada à multiculturalidade, outra à biodiversidade e recursos biológicos dos patrimónios naturais, pois “a maior parte das regiões de montanha está no interior”.
A estes projetos “podem candidatar-se instituições de ensino superior, laboratórios de Estado, entidades privadas sem fins lucrativos que tenham objetivo a investigação. Empresas também podem estar associadas”, explicou o Secretário de Estado.
As candidaturas abrem esta sexta-feira e decorrem até 30 de setembro.
“O primeiro objetivo é gerar mais conhecimento, o que é fundamental. O segundo objetivo é trazer pessoal altamente qualificado para o interior”, sublinhou Sobrinho Teixeira.
Para além destes 2,4 milhões de euros, haverá ainda uma comparticipação do Fundo Revive, do Turismo de Portugal, que financiará a recuperação das instalações da Lama Grande.
António G. Rodrigues
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