O jovem, de 28 anos, chefe de cozinha em Bragança, há cerca de sete, não perdeu o emprego por causa da pandemia, até porque o tinha deixado antes, mas, quando se viu confinado aproveitou o tempo para perceber o que fazer dali em diante. Foi assim que criou uma página aqui, para mostrar as remodelações que tinha feito aos móveis que herdara, sobretudo, dos avós. Com esta divulgação foi um passo até o trabalho começar a “chover” e mudar completamente de rumo. “Na altura da quarentena, e como tinha tido tanto sucesso, tinha tido um bom feedback, de amigos e família, sobre aquilo que fiz em minha casa, decidi criar uma página. Comecei a publicar trabalhos que fazia e começou a nascer aquele cantinho das remodelações. As pessoas começaram a procurar-me para fazer a mesma coisa com os móveis delas. Muita gente que me procurou tinha móveis, pelos quais tinham um grande sentimento, porque eram de algum familiar, ou tinham comprado casa já mobilada e, não sabendo o que fazer com os móveis, decidiram restaurar”.
Além de reorganizar ideias era preciso manter o sustento e foi também por isso que a ideia surgiu e a deixou crescer. Filipe Veiga arregaçou as mangas e começou a transformar móveis antigos em autênticas peças modernas. Apesar do sucesso, o jovem confessa que foi uma maneira de descansar e, sobretudo, de pensar. “Pode-se dizer que se consegue viver disto mas teria que abrir um espaço, uma oficina, e teria que aprofundar estudos. Mas isto não é a minha área. A minha área de estudos é a hotelaria e eu não quero dar isso por terminado. Aproveitei a altura da quarentena para pensar, descansar e por os pontos nos i's. Também foi bom para ajudar a manter as contas em dia”.
Filipe Veiga pensa em reinventar ambientes, acrescentando-lhes valor, consoante os pedidos dos proprietários e admite que é muito gratificante ver a reacção dos clientes. “É uma alegria muito grande ver a reacção de alguns clientes, que chegam a deitar a mão à cabeça e perguntar: 'É mesmo este?'”, explicou.
A renovação de móveis não será um futuro certo, ou pelo menos único já que o jovem admite que, ao longo destes últimos tempos, se tem munido das “ferramentas” que pode, para que nunca lhe falte motivação e vários caminhos de trabalho. Para breve, confessa que pensa abrir um negócio e, depois sim, regresse à hotelaria.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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