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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Vencer o vírus

No concelho de Mogadouro, Susana Monteiro, de 58 anos, soube que estava infectada dois dias depois da Páscoa. Ernesto Corredeira tem 70 anos e esteve mais de um mês com a doença activa. Já Acúrcio Pereira é a prova de que a idade não é um factor determinante.
Acúrcio Pereira
Ernesto Corredeira foi das primeiras pessoas a testar positivo para a COVID-19, no concelho de Bragança, em Março, quando a pandemia tinha chegado há poucos dias a Portugal. Começou por sentir dores fortes de cabeça e náuseas, tal como a esposa, a cunhada e o cunhado. Teve sintomas durante dez dias, mas ao oitavo dia viu-se obrigado a pedir “auxílio” ao hospital. “Tive problemas respiratórios, muita tosse e dificuldade em respirar. Estive um bocado mal. As febres eram bastante altas”.

Só um mês e meio depois de saber que estava infectado ficou a pertencer ao grupo das pessoas recuperadas. A sua esposa, apesar de também ter ficado infectada, não manifestou qualquer sintoma, o que facilitou e ajudou na recuperação de Ernesto. “Confesso: se estivesse sozinho tinha sido um problema grande. Houve uma altura que deixei de comer, não tinha apetite, não tinha gosto, não tinha cheiro. Nessa altura, a companhia foi o melhor que me pôde acontecer”.

Susana Monteiro vive em Vila de Ala, no concelho de Mogadouro, e também testou positivo para a Covid-19. Havia alguns dias que já estava a ser medicada, mas os sintomas não melhoravam. No dia de Páscoa, dirigiu-se ao centro de saúde da vila e de lá foi reencaminhada para o hospital de Bragança, onde esteve internada durante 12 dias. “Segundo um médico distrital, o meu caso foi muito grave. Fui atingida nos pulmões, nos rins e no fígado. Tinha uma anemia muito grande”.

Depois do internamento no hospital, ficou isolada em casa de um familiar durante 24 dias e era o marido que lhe comprava o que precisava e deixava à porta de casa. Susana Monteiro admitiu que foi “difícil” suportar os sintomas e estar sozinha fechada dentro de casa, mas estar longe da família também. “Foi difícil eu estar metida naquela casa sozinha. Passava o dia sozinha. Não tinha com quem falar”, disse a mulher, que falava com os netos e com a família pela janela.

Acúrcio Pereira vai fazer 80 anos no final do ano e pode dizer-se que é o rosto da esperança. Enganam-se aqueles que pensam que a idade determina o fim de uma história. Esteve internado no hospital de Bragança, por apenas 10 dias. Conta ter feito vários tratamentos e nunca perdeu a mobilidade. “Estive lá mas não tinha nada de especial. Movimentava-me bem. Fiz alguns tratamentos com a equipa do hospital mas não alterou muito ao meu ritmo. Depois de vir do hospital não tomei absolutamente nada”.

Sempre acreditou que não era “nada de preocupante” e foi isso que o fez “resistir facilmente à situação”. A maior dificuldade foi estar longe da família e dos amigos. “Recebi vários telefonemas todos os dias. Foram atitudes simpáticas que me ajudaram”.

Desconfia que terá apanhado o vírus numa visita familiar a Vila Nova de Gaia e a Matosinhos, visto que uma semana depois começou a ter febre. Foi o único da família a ficar infectado.

Histórias diferentes de três pessoas que sofreram o mesmo mal.


Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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