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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Montesinho

 Situada já muito perto da linha de fronteira com Espanha, no concelho de Bragança, Montesinho é uma aldeia tipicamente transmontana no coração do Parque Natural que recebe o seu nome.

O Parque Natural de Montesinho é uma zona preservada com cerca de 75.000 hectares, polvilhado aqui e ali por pequenas aldeias, abrangendo os concelhos de Vinhais e Bragança. Situado na terra fria transmontana, é uma área constituída por uma sucessão de montes altos e de vales profundos e possuí um riquíssimo património sócio-cultural. É aqui que fica uma das mais altas serras nacionais, a serra de Montesinho com 1486 metros.

É precisamente numa das encostas dessa serra, mais precisamente a cerca de 1100 metros de altitude, que fica a aldeia de Montesinho. A aldeia é uma das mais bem preservadas desta região. Aqui, a grande maioria das casas, construídas em granito, ainda seguem e respeitam uma arquitetura tipicamente tradicional, apresentando os telhados em lousa e as suas rústicas varandas de madeira.

Numa volta pelas calmas ruas da aldeia podemos observar, aqui e ali, as típicas "lojas" - parte inferior das casas -, onde o gado (ainda) é guardado por detrás de antigas portas de madeira.

A aldeia é pequena (só existe um café), não tem muita gente e a grande maioria dos seus habitantes ainda vive da agricultura e do que a terra lhes dá. Apesar de estarmos em plena serra, ainda se vê alguns terrenos de lavoura e pasto para o gado. Estas terras são fartas em fauna: para além de diversas aves de rapina, por aqui ainda há muitos veados e javalis. Este é também o habitat do lobo ibérico, espécie que já esteve ameaçada mas que, nos últimos anos, tem vindo a ser alvo de (alguma) proteção e tem vindo a aumentar o seu número de exemplares por todo o norte de Portugal e Beira interior.

Aproveite o ar puro da serra e a serenidade da aldeia e caminhe pelas suas ruas empedradas e bem cuidadas. Procigrejaure a  paroquial, um edifício do século XVII, dedicada a Santo António, que utiliza os mesmos materiais na sua construção que as restantes casas da aldeia, destacando-se as lousas no seu telhado.

Aqui, certamente, ainda se cozinha a lenha e as cozinhas ainda ostentam os velhos fornos de lenha para cozer o pão (e assar a carne...).

Esta é uma aldeia típica e bem preservada onde ainda existe uma simbiose entre o homem e a natureza, usando os materiais da região para a sua arquitetura e aproveitando o que a terra dá, num adaptar constante às agruras do clima onde o Verão é muito quente e, no Inverno, os dias de muito frio (e por vezes a neve) imperam.

Montesinho é uma aldeia preservada que vale a pena conhecer pelo saudável convívio com a natureza, pela beleza da serra, pela aldeia em estado (quase) original e pela sua gente simpática que nos recebe com um sorriso e de "braços abertos", sempre disponíveis para dois dedos de conversa.


João Pais

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