Segundo, Francisco Pavão, presidente da Associação dos Produtores em Protecção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro esta situação vem agravar a falta de mão-de-obra, que há muito é um problema. “A falta de mão-de-obra nota-se sempre, independentemente da Covid-19. Neste momento, com as restrições à movimentação e aumento do número de casos em alguns concelhos, as pessoas estão reticentes em movimentar-se para andar a apanhar azeitona”.
A par deste problema, há ainda a incerteza do escoamento do produto. Na primeira vaga da pandemia, devido ao fecho dos restaurantes e hotéis e também depois à limitação de pessoas nestes espaços, a venda de azeite para este sector foi uma dificuldade. Uma situação que Francisco Pavão diz ser preocupante. “Ficaram com o azeite em casa e deixaram de ganhar dinheiro. O azeite é um produto perecível que tem que vender e esta é uma questão preocupante para todos nós. Há sempre a dificuldade de não conseguir escoar o produto até porque vivemos num período de incerteza”.
Já Emanuel Batista, técnico da Associação dos Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro, aponta que relativamente à campanha, há um aumento de 2% na produção de azeite este ano. “Havia em média 13% em cem quilos de azeitona mas este ano já temos cerca de 15% de rendimento”.
Muitos agricultores da região ainda não têm mecanismos que facilitem a apanha da azeitona e reduzam os custos da mão-de-obra, o que diminui os rendimentos. Por este motivo, Emanuel Batista considera que muita azeitona não será apanhada. “Estou convencido de que quem não tiver máquinas, grande parte da azeitona vai ficar pelos olivais fora. Há uma grande falta de mão-de-obra e os encargos com essa mão-de-obra e com as máquinas alugadas não compensa a apanha e não a compensando, o agricultor começa a fazer contas”.
Jerónimo Abreu Lima é produtor em Vale de Madeiro, no concelho de Mirandela. Apanha a azeitona totalmente de forma mecanizada, o que lhe permite reduzir nos custos. “Sou eu que faço a apanha sozinho e é aí que procuro uma redução de cistos que se traduz numa mais valia”.
A falta de mão-de-obra, as regras emanadas pela DGS para prevenção da Covid-19 e o preço do azeite são preocupações na nova campanha de azeite.
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