O crescimento verificou-se em todos os materiais depositados nos mais de mil ecopontos espalhados pelos 12 concelhos do distrito de Bragança e Vila Nova de Foz Côa. O balanço foi feito por Hernâni Dias presidente do Conselho de Administração da Resíduos do Nordeste, empresa intermunicipal que comemorou a 1 de Abril o 18.º aniversário. "A própria recolha selectiva, no ano de 2020, aumentou cerca de 10%. Aumentou em tudo aquilo que tem a ver com todos os materiais, nomeadamente o papel, cartão, plástico, vidro, metal. Representa. Representa mais de 340 toneladas".
A pandemia apresentou alguns desafios à empresa, mas não fez aumentar a recolha de lixo indiferenciado e no ano passado, houve uma estabilização nas cerca de 53 mil e 500 toneladas. No entanto, segundo Paulo Praça, director geral da RN, houve algumas alterações de padrões. "Nos locais onde existem restaurantes verificou-se uma menor concentração de resíduos e passou a haver maior concentração de resíduos nas áreas habitacionais porque as pessoas a estar em casa, que contribuiu para que existisse aumento de resíduos descartáveis".
A empresa afirma estar agora “num novo momento de viragem”, com investimentos aprovados para reforço da recolha selectiva porta-a-porta no sector residencial, implementação de recolha de bio-resíduos e adaptação da Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico (UTMB) para tratamento deste tipo de lixo. Candidaturas ao PoSeur no valor de cerca de 1 milhão e 500 mil euros.
Um revés para actividade da empresa é o aumento da taxa de gestão de resíduos, que foi contestado. Apesar de ter sido anunciada uma moratória, os municípios continuam a pagar. "Passando de 11 euros a tonelada para 22, representa um valor que passa de 400 mil euros que a empresa tem de pagar por ano para 800 mil euros anuais. É um aumento brutal. Houve uma moratória, que penso que ainda não foi publicada. Estamos a aguardar que tudo possa estar devidamente legalizado para que não paguemos esse aumento até Junho", explicou Hernâni Dias.
A empresa intermunicipal iniciou actividade em 2003 com 50 mil euros de capital social e hoje tem já cerca de 20 milhões de capitais próprios. O ano passado no anuário financeiro, a Resíduos do Nordeste ficou em 19.º lugar entre as empresas com os melhores resultados económicos, entre mais de 160 empresas do sector empresarial local.
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