Os temas, disponíveis na plataforma digital Spotify, resultam da paixão do músico pelo piano. Igor Ferreira, formado musicalmente em violino, é fascinado pela música erudita desde pequeno.
É sentado ao piano que Igor Ferreira, de 36 anos, nos leva a percorrer as épocas musicais que mais o impressionam, o neo-clássico e neo-romântico. Estudou música desde pequeno e formou-se em violino, mas é ao piano que se apresenta no álbum Elíptica, o instrumento que o fascinou desde sempre. Segundo conta, foi o tempo que a pandemia lhe trouxe que o fez lançar este trabalho.
“Tenho tido mais tempo para mim, para o piano, para as minhas coisas. O resto, nomeadamente concertos, foi suspenso. Acho que foi a única coisa de positivo que trouxe, pelo menos a pessoas como eu, que gostam de estar sozinhas. A pandemia veio dar-me algum tempo porque agora eu vou para casa e fico. Antes tinha que ir ensaiar com aquele projecto e com o outro, fazer um casamento de manhã, um baptizado à tarde, uma festa à noite... enfim. A pandemia veio ajudar-me a lançar o álbum”, afirma.
Igor Ferreira garante que vai continuar a trabalhar na música, mas, para já, o trabalho não será levado para a rua.
“Estou preparado, mas nestes moldes penso que não. O álbum é composto, maioritariamente, por peças para piano solo e não acredito que me sentisse confortável em partilhar só isso. Mas coisas novas estão a acontecer, já tenho o próximo EP preparado. Num futuro próximo preparo um concerto. Elíptica é a relação. Todas as músicas do álbum têm uma história, significam algo e foram escritas com um propósito. O nome do álbum significa até mesmo a relação que temos connosco próprios, às vezes estarmos melhor, às vezes pior”, conta.
O músico trabalha numa empresa de alojamento local para estudantes de Erasmus. Neste momento, é difícil viver apenas da música, mas Igor Ferreira não culpa a interioridade da região nem a falta de oportunidades.
“Estamos no século XXI, não há desculpas. Tentar arranjar culpados porque não conseguimos atingir objectivos é ridículo. Há mil formas de atingir o que queremos. Hoje em dia temos o YouTube, o Spotify, um milhão de redes sociais e um milhão de serviços de streaming que são o futuro”, sublinha.
O músico tinha 12 anos quando foi convidado a pertencer à primeira banda em que tocou. Desde essa altura nunca mais parou e, apesar de ter pertencido a vários projectos, sempre optou por criar alguns trabalhos sozinho. E é só que agora se apresenta com Elíptica.
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