A CIM é a nova concessionária do serviço de transporte rodoviário de passeiros e a entidade adjudicante no concurso publicado em Diário da República, em 16 de abril, com um prazo de 50 dias para a apresentação de propostas, o que significa que no início de junho serão conhecidas as concorrentes.
O presidente da comunidade intermunicipal espera que “em seis meses” o processo esteja concluído e adjudicada a concessão, com um valor base de quase 4,5 milhões de euros (sem IVA) para um período de cinco anos.
O plano para a nova rede já tinha sido apresentado há quase dois anos e “problemas de ordem técnica” fizeram com que só agora fosse possível avançar com o concurso público, segundo o presidente da CIM que abrange os concelhos de Bragança, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Vila Flor, Vinhais, Vimioso e Mogadouro.
O concelho de Bragança já tem um sistema próprio municipal de transportes e fica de fora desta nova rede que, para o presidente da CIM, “significa a resolução de um problema” com mais de 40 anos, em que as concessões das carreiras regulares não podiam ser alteradas e anualmente tinham de ser os municípios individualmente a contratar os circuitos escolares.
O novo plano de transportes cria “uma rede articulada, que não havia, em que, em vez de ser gerida localmente por cada município, vai ser gerida pela CIM”.
Para Artur Nunes, que é também presidente da Câmara de Miranda do Douro, esta estratégia “vai trazer muitas vantagens”, desde logo “criar alternativas em função das necessidades”, com uma reorganização “de todo o serviço de transporte regional para servir melhor as populações”.
O autarca explicou que a nova rede será permanentemente “monitorizada”, o que permite conhecer “os números reais das necessidades de transporte” na região e ir sendo ajustada.
Artur Nunes deu como o exemplo o verão com maior afluência de turistas à região e para os quais será possível criar novas rotas temporárias.
Toda a informação sobre carreiras e horários será disponibilizada numa plataforma dedicada exclusivamente aos transportes que passarão a ter um menor custo para os utilizadores, na medida em que o plano contempla também uma redução do preço de bilhetes, segundo o presidente da CIM.
Desde a década de 1970 que se mantinham as mesmas concessões de carreiras rodoviárias na região e que vinham a ser contestadas pelos autarcas por entenderem que não respondem às necessidades locais.
Estas concessões caíram e vão ser substituídas pelas condições do novo plano intermunicipal que “desenha uma rede de acordo com a procura na região”, cria novos circuitos e introduz o transporte a pedido para os casos onde o número de habitantes não justifica uma rota regular.
A nova rede promete servir todas as localidades das Terras de Trás-os-Montes com transporte regular no mínimo três vezes por semana com uma viagem de manhã e de regresso à tarde, num território onde as populações têm apenas a opção rodoviária para se deslocarem e muitas dependem dos transportes escolares, ficando sem alternativa nas pausas letivas.
Nos nove municípios das Terras de Trás-os-Montes vivem cerca de 107 mil pessoas.
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