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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

“Obviamente demito-o”

 - Onde deixei o telemóvel… deixa-me ligar do telefone fixo… Ah não é preciso já toca na sala…
- Viva Pe. Hérmino, bom dia!
- Bom dia, Estevinho!
- Olhe Pe. Hérmino ainda fico com “nomofobia” [síndrome causado pela falta de telemóvel, do inglês, “no – mobile”], hoje teve que ser o Sr. a ligar para conseguir localizar o telemóvel.
- Vê lá não convém. Capelão de que falamos hoje?
- Pe. Hérmino que me diz da polémica construção do novo Aeroporto de Lisboa?
- Na década de 1980, vinha eu do Porto para visitar os meus familiares, tendo por companheiro de viagem o Sr. Coronel Norberto Daniel Rodrigues. Seguíamos, pela velha estrada nas “voltinhas do Marão”, um camião pesado e, ouvindo o roncar dos equipamentos que revolviam as terras, a abrir o IP4- Itinerário Principal n.º4. O IP4 pretendia ligar Matozinhos à fronteira de Bragança, em Quintanilha, tornando assim mais leve e, rápido, o percurso entre estes municípios, facilitando ainda os transportes de mercadorias e, acelerando o ritmo dos ligeiros. Na altura perguntei ao companheiro de viagem: “que dizes deste gasto enorme de dinheiro, se durante o inverno continuará o mesmo suplício, do gelo, da neve, aqui no alto do Marão? Sorriu. Penso exata e precisamente da mesma maneira. Agora investimos muito dinheiro neste troço, que liga Amarante a Vila-Real, para no final termos de gastar mais para “furar” o Marão, porque sem isso não nos vemos livres do gelo, da neve e, dos acidentes rodoviários.
Hoje, passado tanto tempo, com a A4 - Autoestrada n.º 4, com o túnel do Marão [2009-2016], ao serviço, vemos que isto sim é realmente um verdadeiro investimento!
Fala-se hoje que o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, já não chega e, que é preciso outro, para quê? Para resolver o problema, ou para nos vermos a braços com outra solução a não chegar? Não será tempo de abrir os olhos e, tendo em conta a experiência do Marão, tendo de considerar outra alternativa não seria de pensar, por exemplo em Beja, onde há “pano para mangas”, ficando a servir não só a capital, mas também Setúbal, complementando Faro e, servindo a Extremadura espanhola, com transporte ferroviário à altura, como defendem os especialistas? Cederemos à eterna política das capelinhas, ou atenderemos ao verdadeiro interesse dos cidadãos?
Vejamos o caso do “Airbus A380 da Hi Fly” que não pode aterrar no Aeroporto Humberto Delgado e, teve de ir para Beja, o único aeroporto em Portugal com condições para receber este tipo de aparelhos. Ou querem fazer como o pobre que se veste de ruim pano e, por isso, se veste duas vezes no ano, pagando dois feitios?
Mais, teremos nós o direito de destruir o habitat das aves, que certamente continuaram a agarrar-se ao seu oásis, com a agravante de serem um perigo para a aviação, a ponto de poderem ser absorvidos pelos reatores? Será preciso haver desastres e perda de vidas humanas para ter de reconsiderar novamente, como aconteceu no Marão, negando por agora a realidade? Ou, porventura, queremos continuar a ter tudo concentrado nos grandes centros, com todos os problemas que daí advém, crime organizado, bairros sociais problemáticos […]?
- Pe. Hérmino isto dá que pensar […]. Se Humberto Delgado, o “General sem medo”, da tumba se levanta, ainda alguém se ataranta, ao ouvi-lo dizer o que disse a respeito de Salazar: “obviamente demito-o”!

Pe. Estevinho Pires

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