Esta e outras curiosidades sobre a história destas localidades, que pertencem à mesma freguesia, estão agora registadas no livro “Ferreira & Comunhas – Terras de Santa Maria, Espaços Reguengos”, que é a mais recente obra do escritor e pesquisador da história do concelho de Macedo de Cavaleiros, Rui Rendeiro Sousa. E há muito para contar:
“A questão do nome Espaços Reguengos é porque Ferreira, contrariamente à grande maioria das aldeias e freguesias, fazia parte dos direitos do rei, coisa que ele não tinha muito aqui nessa altura. Supõe-se que isso tenha sido por causa do casamento da irmã de D. Afonso Henriques com um dos senhores de Bragança, que na altura ficaram com alguns bens aqui.
Comunhas é também uma aldeia que, apesar de ser pequena e uma anexa de Ferreira, também tem uma história fantástica desde, pelo menos, 1290.
Se recuarmos até à época Medieval, temos pelo menos dois personagens que também faziam parte dos Bragançãos e tiveram propriedades naquelas terras. Destaca-se um senhor chamado Fernando Esteves, que era nada mais nada menos que o avô do nosso Martim Gonçalves de Macedo. Posteriormente, temos também uma grande família em Ferreira da qual saíram personagens importantíssimas na Diocese, que eram os Morais Leite.”
Também no que diz respeito ao património há particularidades, nomeadamente a Igreja de Ferreira:
“A igreja de Comunhas é muito mais recente, o que não quer dizer que não tivesse igreja anteriormente.
O caso da Igreja de Ferreira é muito particular pois tem uma ligação muito direta à Comenda da Ordem de Cristo de São Pedro de Macedo de Cavaleiros, da qual fazia parte.
Muitas das chamadas aldeias da serra estavam incluídas e dependentes, eclesiasticamente, no século XVIII, da Reitoria de São Pedro de Macedo, e freguesias nessas situações apresentam exemplares arquitetónicos religiosos fantásticos, com é o caso da Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Ferreira.”
O livro já foi apresentado à população e foram vendidos todos, o que prova a importância de dar a conhecer a história da freguesia, refere o presidente da junta, António Gomes:
“É muito importante, principalmente para os nossos jovens que não sabiam nada da história, e mesmo nós, mais maduros, que também não conhecíamos a lenda aqui existente.
Ficamos contentes por saber o que acontecia antigamente.
As pessoas aderiram muito à apresentação, gostaram, ficaram satisfeitas e esgotaram os livros.”
No sábado, Rui Rendeiro Sousa apresenta o segundo volume da história de Chacim, agora sobre os séculos XVII e XVIII, e no domingo apresenta o primeiro livro sobre a freguesia de Vinhas e Castro Roupal.
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