Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)
"A flor que trazemos dentro de nós
e nos corre na margem da alma
é a hora incerta que se fez promessa."
A flor que trazemos dentro de nós
tem as raízes presas no sol,
pelas vozes súbitas que ouvíamos falar
e que nos fugiram, de repente,
como a luz por trás dos muros
onde pousávamos o olhar.
A flor que trazemos dentro de nós
é o espírito do dia pronunciado
a espreitar sereno ou embriagado
pelos caminhos em que as mãos podiam tocar.
O corpo com que sentíamos a vida
numa dança de gestos partilhada,
como o riso dos rios que correm sem pressa
embalados pela música
que não nos era proibida.
A flor que trazemos dentro de nós
e nos corre na margem da alma
é a hora incerta que se fez promessa.
São agora os lugares da nossa história
com os braços da vontade e do desejo
pousados nos aromas da memória.
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