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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Capítulo da Visita do Pároco Lourenço Pires Mendes a Rebordãos, 1754

 As gentes transmontanas, tem na sua génese uma íntima religiosidade profunda, contudo as fronteiras morais que lhes eram impostas pelas autoridades eclesiásticas e as proibições do clero na permanência e na modificação dos hábitos e tradições lúdicas no Nordeste Transmontano, são um facto que o documento do ano de 1754, desvela e obriga a uma reflexão em torno do poder punitivo da Igreja para com a conduta das pessoas: Proibição jogo dos paus; ver jogar; conversações e outros divertimentos à porta da Igreja; desordens nas tabernas; não se juntem homens com mulheres a jogar. A constituição sinodal, pela qual a diocese se regia, a imagem e o porte do clero, tinham um conjunto de metodologias punitivas, de forma a controlar os costumes e a incutir uma Moral normativa à luz da Igreja. Assim, existe um rol de atividades lúdicas que eram prazenteiras no convívio, no processo de socialização, sobretudo no Inverno, devido à de ausência de atividades laborais, onde as proibições e punições eram uma realidade constante: “…para se encomendarem a Deus e a todos os que jogarem ou acudirem a ver jogar em semelhante sitio os havemos por condenados pela 1ª vez em um tostão cada um e pela segunda em dois cuja a condenação lhe intimara logo o reverendo pároco, e sendo rebeldes a pagar os evitara dos divinos ofícios e se continuarem na rebeldia procedera contra eles com pena de excomunhão…. “

Eis que podemos afirmar, a interligação existente entre Igreja, Moral e Educação na comunidade; a relação entre o sagrado e profano, o real e irreal, a necessidade de catarse como processo de regeneração das limitações colocadas pelo poder clerical

O povo transmontano é cioso da força da liberdade, e nos momentos festivos declara essas práticas culturais onde o sagrado e profano tem a sua existência ténue, que gradualmente, no tempo e espaço histórico, vieram a conquistar o seu universo próprio com a aquisição de Liberdade.

Confortados com a nossa contemporaneidade, e as circunstâncias do “eu” , só podemos nomear a premissa infalível: Liberdade com responsabilidade. Liberdade perante mim, pelos outros, pelo mundo, numa relação de unicidade transcendente.

O sentido pleno da Vida, que os trilhos da história nos ensina…


Fonte: Arquivo Distrital de Bragança

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