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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Agricultores indignados com aumentos anunciados no IUC

 Cresce a indignação entre os agricultores transmontanos devido ao aumento anunciado do Imposto Único de Circulação, o chamado ‘selo do carro’, que pode chegar aos mil por cento em alguns casos.


“O grande problema é ter um acréscimo ainda maior de gastos no final do ano. Na nossa região, essencialmente agrícola, existente sempre um carro de apoio a esse serviço agrícola como as carrinhas 4x4, jipes, carrinhas de caixa aberta, que são de alta cilindrada, que têm um preço de IUC baixo e que vão passar a pagar mais de 500 euros por ano”, aponta Nuno Diz, produtor de castanha e de gado ovino no concelho de Bragança e que tem um jipe de todo-o-terreno para a atividade agrícola.

“Aqui as pessoas têm baixos rendimentos e alguma idade, sobretudo nas aldeias. Dois terços da reforma vão ser só para encargos com os carros.

E não há uma alternativa viável no mercado para isso. Não há veículos elétricos que cumpram estas função”, aponta.

Telmo Afonso, presidente da União das Freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo, em Bragança, acredita que o meio rural será o mais prejudicado com a medida inscrita no Orçamento de Estado do próximo ano mas que ainda carece de aprovação.

“Vai afetar muita gente do mundo rural. As carrinhas novas são caríssimas e quem as compra não as usa para ir às castanhas, às batatas, levar comida aos animais... Vai ser complicado”, admite, ele que também é produtor de castanha e tem uma carrinha 4x4 para a atividade.

Miguel Fernandes, presidente da Junta de Freguesia de Vila Verde, no concelho de Vinhais, também teme pelo que acontecerá às aldeias.

“Pode afetar imensas aldeias porque grande parte da frota é anterior a 2007. Há bastantes carros na agricultura. Só na minha aldeia há dezenas. Isto vai implicar aumentos não só nas pick ups, também nos carros normais”, frisou.

Rómulo Pinto, vice-presidente do Nordeste Automóvel Clube (NAC), acredita que esta medida proposta pelo Ministro das Finanças vai ser “muito penalizadora” para regiões mais desfavorecidas, como as do interior.

Por isso, o clube está a apelar à assinatura da petição que foi criada para tentar reverter a proposta e que já contava com mais de 160 mil subscritores.

“Vai afetar muitos agricultores da região, com reformas baixas, que têm veículos 4x4 mais antigos para ajudar na prática agrícola e que não têm dinheiro para trocar de carro.

Terá impacto económico também nas oficinas da região”, sublinha Rómulo Pinto.

Pedro Fernandes, funcionário de um concecionário multimarcas, lembra que a maioria dos proprietários dos carros anteriores a 2007 no interior “provavelmente nunca andará em autoestrada”. “É penalizador para o utilizador de uma viatura anterior a 2007, tendo em conta que a justificação para o aumento deste valor se prende com o impacto ambiental, mas como justificação para baixar o custo das portagens. É penalizador para quem tem estas viaturas e vive no interior.

É uma população envelhecida que tem estes carros, que provavelmente nunca andarão nas autoestradas”, sublinha.

Já um carro equivalente, elétrico, custará acima dos 80 mil euros, “o que torna inviável a sua aquisição para uma pequena exploração agrícola”.

Está já prevista uma manifestação em todo o país, no dia 05 de novembro, de protesto contra esta ideia do Governo. Em causa o aumento do IUC para carros anteriores a 2007, com uma componente relacionada com a cilindrada e outra com as emissões de CO2. O Governo prevê subidas graduais, de 25 euros, mas há casos em que se pode passar dos 70 para os 770 euros de IUC.

AGR

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