Quem o diz é Filipe Jeremias, um dos três cofundadores da Associação Inteligência Local – Associação para a Regeneração, Desenvolvimento e Governança das Economias Local.
A meta diz o organizador é conseguirem alcançar cerca de uma centena de pessoas, até 2023 e tem a expectativa de 1500 visitas por dia, durante o festival:
“Conectar estas pessoas, atrair pessoas a este território, promover atividade económica local da própria aldeia e ao mesmo tempo que tem aqui uma forte componente ligada à sustentabilidade. Ou seja, o festival também pretende vir a ser uma espécie de laboratório de impacte ambiental. No fundo é tentar perceber como se conseguem criar eventos desta natureza, que inevitavelmente que criam um impacto negativo na própria comunidade porque quer queremos ou não, estamos a falar aqui de uma previsão de atrair 1500 pessoas, por dia, a esta aldeia. Estamos a falar de multiplicar por 10, nestes três dia da população da aldeia”.
Um dos objetivos ainda maior é ser um Laboratório de Impacto Ambiental, dotando a aldeia de condições para acolher os visitantes, mas sempre com a natureza, e o meio ambiente em mente. Um das ações será a criação de cerca de 50 casas de banho secas, como explica o organizador do Circ’Bô e diretor da iLocal.
“Nós estamos a falar de uma aldeia, como tantas outras, não têm as condições para receber este tipo de evento. E o que nós estamos a fazer é criar estas condições. Para nós é muito importante o desenvolvimento juntamente com as pessoas de oficinas de ação participativa. Como por exemplo, aquilo que nós propomos, é a construção de 40 a 50 casas de banho secas, ou seja, o produto que dali sai terá um impacto direto nas questões da fertilização.”
Outra será a criação de um biodisgestor comunitário dos resíduos resultantes da Praça da Alimentação:
“Estamos a criar uma praça da alimentação para podermos dar as condições para que os participantes tomem as suas refeições e aquilo que está previsto e planeado realizar é a construção de um biodigestor comunitário. A intenção é acolher tudo o que são resíduos alimentares desta praça da alimentação. Serão resíduos que não vão literamente para o lixo, mas vamos utilizar esses resíduos, para aquilo que é a produção de bio gás, que depois nos vai dar bioenergia para ser aplicado a um conjunto de outras iniciativas que estamos a prever. É nesta lógica de laboratório de impacto ambiental que nos estamos a falar. Porque muitos estes eventos acontecem em territórios que não estão preparados, mas a questão dos resíduos é uma realidade. E muitas vezes a pegada ecológica que se deixa nestes territórios é mais negativa do que positiva.”
Para além de outra forma de mostrar o melhor do circo dos dias de hoje, o festival vai contar com atividades paralelas como performances, oficinas, sessões de culinária, de dança, música, yoga, círculo de conversas, caminhadas na natureza, e ainda com a Barragem da Burga ali tão perto. Para além de Vilares da Vilariça, no concelho de Alfandega da Fé, a mostra de circo contemporâneo ocorrerá também em municípios vizinhos, como Macedo de Cavaleiros, Torre de Moncorvo e Mogadouro. O festival Circo Bô é uma parceria entre a iLocal e o INAC – Instituto Nacional de Artes do Circo, com o apoio do Turismo de Portugal.
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