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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 18 de junho de 2024

OS FIDALGOS - BORNES

§ 1º
1º LOURENÇO MARTINS, de Bornes, e D. Constança Rodrigues instituíram o morgadio de Santa Marta de Bornes, na capela-mor da igreja matriz do mesmo lugar, na qual estão sepultados. Lourenço Martins de Bornes foi uma das testemunhas que assistiram ao casamento de El-Rei D. Pedro I com D. Inês de Castro, celebrado em Bragança, e assina no instrumento com o título de «Escudeiro»(44).
Como no tempo antigo, principalmente nesta província, havia pouco o costume de fazer memórias das famílias; apesar de possuir algumas notícias desta, não posso descrever a linha direita da sua descendência com a verdade de nomes. O primeiro descendente de que pude obter informação segura é:
2º FRANCISCO DA COSTA HOMEM DE OLIVEIRA, alcaide-mor de Bragança, casado com D. Catarina de Figueiredo. Sucederam-lhe neste morgadio seus sobrinhos:
3º LEONIS DE OLIVEIRA, fidalgo da Casa Real, filho de Gaspar de Oliveira, e de D. Isabel Borges, neto de outro Leonis de Oliveira, que foi juiz ordinário em Bragança em 1497; casou com D. Catarina da Costa. Descendência:
I. Lopo Álvares de Oliveira, fidalgo da Casa Real, que está sepultado na igreja de Santa Escolástica de Bragança. Na pedra tumular vêem-se as armas dos Oliveiras e Costas e a esta sepultura chama-se: «Enterro dos parentes dos fundadores».
II. D. Helena da Costa, que casou com Gonçalo Teixeira, filho de Jácome Teixeira de Macedo. Depois de viúva, fundou, com sua filha D.Maria Teixeira, o mosteiro de Santa Escolástica desta cidade.
III. D. Maria Álvares de Oliveira (45). (Ver Parada.)
4º GASPAR DE OLIVEIRA, fidalgo da Casa Real, que sucedeu neste morgadio, casou com D. Francisca Sarmento, filha de Lopo Sarmento, alcaide-mor de Bragança.
5º GASPAR DE OLIVEIRA SARMENTO, que casou com D. Maria Sarmento, filha do almirante Jácome de Morais Sarmento e de D. Ana de Almeida Castelo Branco. Não teve descendência.
6º D. JOANA DE OLIVEIRA SARMENTO, irmã do precedente e que lhe sucedeu neste morgadio, casou com André de Morais Sarmento, cavaleiro do hábito de Cristo, desembargador da Suplicacão, e depois aposentado com a propriedade de juiz da alfândega de Bragança, cargo este que tinha sido desempenhado por seu sogro Gaspar de Oliveira Borges. Descendência:
I. André de Morais Sarmento (7º, adiante citado).
II. D. Maria de Oliveira Sarmento, que casou com Duarte Ferreira e viveu em Bragança. Descendência:
a) João Ferreira Baptista, cavaleiro do hábito de Cristo, capitão de infantaria, sem descendência.
b) D. Maria de Oliveira, que casou na vila de Vinhais com Manuel de Morais. Descendência:
Francisco Xavier Sarmento de Morais, capitão de cavalaria, e outros.
7º ANDRÉ DE MORAIS SARMENTO, cavaleiro do hábito de Cristo, juiz da alfândega de Bragança, que casou com D. Cezília de Abreu. Descendência:
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(44) BRANDÃO, António Frei – Monarquia Lusitana, parte V, livro XVI, fol. 77, verso.
(45) Nasceu em Santa Maria de Bragança a 11 de Maio de 1567. Foi seu padrinho o bispo de Miranda D. António Pinheiro. (Nota do autor.)
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I. André de Morais Sarmento (8º, adiante citado).
II. D. Cezília de Morais Sarmento de Oliveira (9º, adiante citada).
III. D. Maria Custódia, freira no mosteiro de Santa Escolástica.
IV. Jácome de Morais Sarmento, general dos Rios de Sena, que casou na Índia.
8º ANDRÉ DE MORAIS SARMENTO, cavaleiro do hábito de Cristo, juiz da alfândega de Bragança, casou com D. Maria Josefa de Butrão Sarmento, filha do alcaide-mor Lázaro de Figueiredo Sarmento. Tiveram por descendência uma filha única, D.Mariana, que morreu nova.
9º D. CEZÍLIA DE MORAIS SARMENTO DE OLIVEIRA, que sucedeu neste morgadio a sua sobrinha, casou com João Teixeira de Morais Sarmento (que possuía outro morgadio, de que trata o § 2º), irmão de Frei Sebastião Sarmento, da Ordem de Cristo, filhos de Jácome de Morais e Sousa, do hábito de Cristo, mestre de campo de infantaria auxiliar, e de D. Violante de Butrão Sarmento, filha de Sebastião de Figueiredo Sarmento; netas de João Teixeira de Morais e Sousa e de D. Catarina Borges de Oliveira Sarmento; segundos netos de João Teixeira de Morais de Macedo e de D. Isabel de Sousa e terceiros netos de outro João Teixeira de Macedo, irmão de Gonçalo Teixeira, pai de D.Maria Teixeira, uma das fundadoras do mosteiro de Santa Escolástica. Teve por descendência um filho único:
10º JÁCOME JOSÉ DE MORAIS SARMENTO, que casou com D. Isabel de Morais Pimentel, filha de José de Morais Madureira, fidalgo da Casa Real, e de D.Maria de Morais Pimentel. Descendência:
I. João Vicente Manuel Teixeira de Morais Sarmento.
II. D. Mariana Antónia de Morais Margarida de Butrão Sarmento.
III. D. Cezília Maria de Oliveira Sarmento, que foram freiras em Santa Clara de Bragança.
IV. D. Maria Joaquina de Figueiredo Sarmento, que casou com André Sebastião da Veiga Cabral, não deixando descendência.
V. D. Violante Maria de Morais e Sousa, freira em Santa Clara de Bragança.
§ 2º
1º ANTÓNIO DE OLIVEIRA DE MORAIS, cavaleiro do hábito de Cristo, governador que foi de Mombaça, e depois da cidade de Santa Cruz de Cochim, onde faleceu e está sepultado no colégio da Companhia de Jesus, era filho de Álvaro de Morais e de D. Catarina Borges, de Bragança, instituiu um morgadio e por não ter filhos, como consta do seu testamento de 2 de Janeiro de 1640, legou-o a seu sobrinho:
2º ÁLVARO DE MORAIS, filho de Rodrigo de Morais, irmão do precedente, e de D. Ana Carneiro. Por não ter deixado descendência sucedeu-lhe neste morgadio:
3º FRANCISCO DE MORAIS SARMENTO, abade de Cervos, irmão de António de Oliveira Morais (1º, atrás citado). Sucedeu-lhe:
4º D. CATARINA BORGES DE OLIVEIRA SARMENTO (irmã dos 1º e 3º, atrás citados), que casou com João Teixeira de Morais e Sousa. Descendência:
I. Doutor Francisco de Morais Sarmento, que foi provedor de Coimbra.
Não deixou descendência.
II. Jácome de Morais de Sousa, do hábito de Cristo, mestre de campo de infantaria auxiliar, que casou com D. Violante de Butrão Sarmento, de quem era filho João Teixeira de Morais Sarmento, que casou com D. Cezília de Morais Sarmento de Oliveira (9º do § 1º, atrás citado).
III. Lopo de Morais Carneiro, desembargador, cavaleiro do hábito de Cristo.
IV. D. Joana de Oliveira, que casou com Francisco Ferreira de Morais, fidalgo da Casa Real, do hábito de Cristo, morgado de Tuizelo. Não deixou descendência.
5º Doutor FRANCISCO DE MORAIS SARMENTO, que não casou. Possuía também um vínculo instituído, em 1662, por Sebastião Velasques Pereira, no lugar de Rabal, e que por este lhe foi legado.
Ao Doutor Francisco de Morais Sarmento sucedeu neste morgadio seu sobrinho João Teixeira de Morais Sarmento (acima citado), a quem também legou o vínculo referido(46).
Segundo um documento do Museu Regional de Bragança, Lourenço Martins (1º do § 1º, atrás citado) e sua mulher Constança Rodrigues «muito poderosos àquele tempo», moradores em Bornes, concelho de Macedo de Cavaleiros, tiveram um filho, Lourenço Gomes, que, não tendo deixado descendência, vinculou todos os seus bens com encargos pios, entre os quais quatro alqueires de pão cozido, dois carneiros assados e cozidos, bem como dois almudes de vinho, tudo distribuído anualmente em dias determinados aos necessitados às portas da igreja de Bornes.
O primeiro administrador do morgadio foi João Afonso, abade de Vale-Benfeito, e por sua morte os abades que lhe sucederam na freguesia.
Em 1421 Fernão Gomes, abade de Bornes, alegando que devia ter parte na capela, por o corpo do fundador estar sepultado na sua igreja paroquial,moveu demanda ao seu colega João Afonso e obteve provimento.
Entrou também no litígio o reitor de Izeda e conseguiu despacho favorável (47).
§ 3º
1º FRANCISCO INÁCIO SARMENTO, filho de D. Quitéria, casado, morreu em Bornes a 19 de Janeiro de 1832 deixando um filho (48).
2º D. JOANA DE SÁ PEREIRA, que casou com Manuel António Borges, morreu em Bornes em 1817, deixando três filhos: Francisco, Manuel e Maria (49).
3º GASPAR FREIRE DE ANDRADE, confirmado de Bornes, obteve em 1717 licença para erigir uma capela na povoação dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres, como cabeça do morgadio fundado por seu tio, também chamado Gaspar Freire de Andrade, que igualmente fora confirmado de Bornes (50).
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(46) BORGES, José Cardoso – Descrição Topográfica da Cidade de Bragança, notícia XI, Dos Morgados, § 7º, fol. 289.
(47) Museu Regional de Bragança, maço Capelas. Nestes documentos fala-se num pintor que viveu em Vale-Benfeito, em 1656, mas não lhe apontam o nome.
(48) Museu Regional de Bragança, Cartório Administrativo, livro 27, folio 14, onde se encontra registado o seu testamento.
(49) Ibidem, livro 33, fol. 228, onde vem o seu testamento.
(50) Museu Regional de Bragança, maço Capelas.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

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