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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Barragens: Associação Nacional de Municípios Portugueses poderá pedir ao Governo alteração ao Código do IMI

 O Movimento Cultural da Terra de Miranda já se manifestou e diz que esta alteração “é uma pretensão da EDP e das concessionárias” e que “quem a pedir e a concretizar estará objectivamente a fazer o seu jogo”


Alberto Fernandes, um dos membros do movimento cívico, explica que esta possível alteração eliminará toda a dívida do IMI que deveria ter sido paga, desde pelo menos 2006. “Isto representa um player novo, que é a Associação Nacional de Municípios, que, no entanto, vai pedir uma alteração ao Código do IMI, para o qual já existia o grupo de trabalho criado pelo Ministro das Finanças. Portanto, o Ministro das Finanças diz que ia ver o Código do IMI e produzir efeitos a partir de 2025. E aqui o que se passa é precisamente o contrário, ou seja, fazer uma proposta relativamente ao IMI significa que a EDP vai contestar o pagamento do IMI anterior a esta decisão que haja e, naturalmente, depois vai arranjar maneira de não pagar esse anterior e de se livrar também do próximo. Portanto o IMI fica arriscado do mapa. Com isto passa a desrespeitar mais uma vez o despacho do antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais”.

Recorde-se que no início de 2023, o ex-secretário de Estados dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, emitiu mais um despacho a obrigar a Autoridade Tributária a cobrar IMI sobre as barragens. Nesse mesmo ano, a Autoridade Tributária emitiu um manual com directrizes que determinam como os peritos deveriam avaliar as barragens mas essa avaliação foi impugnada pelo movimento pois a maquinaria não estava incluída na avaliação. Entretanto, foi realizada uma outra, em que se consideraram os equipamentos e o valor patrimonial subiu mais de 100%

Ainda assim, o movimento quer que o Orçamento do Estado para 2025 inclua o "aperfeiçoamento" do processo de avaliação das barragens para que possam receber já em 2026 o IMI. “Se se tiver uma sapataria onde se tem uma série de máquinas para fazer o calçado, no dia seguinte pode mudar-se as máquinas e, em vez de sapatos, produzir queijo, por exemplo. No caso das barragens, as turbinas são parte essencial do prédio, que é a barragem. Portanto, o centro eletroprodutor tem também as turbinas e esses equipamentos afectos ao IMI. Neste caso aquilo que nós pedimos foi que estes equipamentos também fossem considerados. Com estes equipamentos o valor seria muito mais alto do que sem estes equipamentos. No entanto, aquilo a que estamos a assistir é um novo desrespeito pelo despacho do secretário de Estado, até porque a lei é muito clara e, desde pelo menos 2006, com o entendimento da PGR, as barragens pagam o IMI, coisa que ainda não aconteceu”.

E sobre o facto de o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já ter dito que disse aguarda a investigação da Procuradoria-Geral da República sobre a cobrança de IMT e Imposto de Selo à EDP, o movimento lamenta que a única coisa que se faça é esperar e criar grupos de trabalho. “O Primeiro-Ministro apresentou algumas dúvidas relativamente ao IMI e optou por criar o grupo de trabalho que nós defendemos, anteriormente, que é completamente escusado. Os resultados já estão à vista e, além disso, já estamos um bocadinho vacinados para grupos de trabalho que são criados no âmbito desta matéria. Portanto, o Primeiro-Ministro não se pode dizer que esteja parado, mas também não está a fazer nada em benefício do interesse da população”.

Num comunicado, nas redes sociais, o movimento alega que era claro que a EDP e as concessionárias se tinham “entranhado e paralisado a acção dos Governos e da administração pública central”, mas “parece, agora, que também alguns autarcas se estão a deixar embalar na sedução do poder económico”.

O movimento diz que se se adicionar a esta proposta a caducidade do direito à liquidação do Imposto do Selo e do IRC do negócio da venda das barragens no final do ano, facilmente se constata que o país “pode estar a poucos dias de assistir a um escândalo de proporções estratosféricas”.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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