O objectivo foi divulgado na última quinta-feira por D. José Cordeiro, à margem da apresentação dos trabalhos de conservação da igreja de Castro de Avelãs e dos trabalhos arqueológicos no antigo mosteiro. O Bispo da Diocese explica que já foi mesmo recriada a Comissão de Arte Sacra e Bens Culturais. “Será através dessa Comissão que a Diocese vai entrar em diálogo com a Direcção Regional de Cultura do Norte”, explicou. O objectivo, agora, passa por criar um espaço museológico nas ruínas do antigo mosteiro, que data de 1145, de forma a atrair visitantes. “Queremos não só que traga mais pessoas, mas contribua para o desenvolvimento desta população de Castro, mas também para pôr a Diocese na rota cultural que se irá criar a partir daqui.
Porque este mosteiro é notável. Podemos imaginar a grandiosidade e o alcance que tem”, frisou D. José Codeiro. “Depois destes trabalhos já sabemos reconhecer o claustro, a sala do capítulo e outros locais importantes da vida de um mosteiro beneditino”, explicou ainda. A Comissão será agora “para formar as pessoas para que saibam da enorme riqueza que possuímos”.
O Bispo de Bragança-Miranda considera que o “turismo de Natureza é vital para o desenvolvimento desta região”, para que “apareça no mapa europeu e mundial”. Apesar das dificuldades financeiras por que o país atravessa, a Directora Regional de Cultura, Paula Silva, reconhece a necessidade de criar agora uma estrutura de apoio aos visitantes e de divulgação do espaço que foi trazido à luz do dia. “Não estamos em tempo de grandes obras nem grandes empreendimentos, mas pensamos que podemos fazer uma intervenção a custos controlados”, em colaboração com a Diocese e a própria autarquia de Bragança. Até porque este espaço é bastante “importante” em termos históricos. “É a única construção de tijolo maciço em Portugal.
Construímos normalmente em granito e xisto. É essa característica que queremos salientar. Havia visitas dos investigadores por causa disso”, frisou Paula Silva. Para já, o espaço pode ser visitado “mas não tem uma leitura imediata”. “É preciso criar algumas coisas, algum desdobrável, que explique às pessoas que vêm cá. Não podemos adiantar datas, mas vamos avançar com o trabalho”, garantiu. Também as escavações arqueológicas, ao lado da igreja, deverão ter continuidade, “pois algumas coisas precisam ainda de validação científica”. “Mas quanto mais escavarmos, mais caro fica. Podemos fazer reconstruções virtuais sem precisar de escavar tudo”, frisou a Directora Regional de Cultura.
Agora já se sabe onde ficava o claustro e a sala do capítulo do mosteiro. Quanto à fachada principal, ainda só há suspeitas, e por isso é que é necessário continuar com a escavação. “Começamos a perceber que era uma estrutura grande. Pensamos saber onde era a fachada principal, o que é uma descoberta importante para este sítio”, salientou Paula Silva.
Por: António Gonçalves Rodrigues
in:mdb.pt
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